♫AMIGOS DO AFRO CORPOREIDADE♫
quinta-feira, 30 de julho de 2009
*CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU(Cultura, Literatura, e História Africanas e Afro-Brasileiras)*
terça-feira, 28 de julho de 2009
♫Vejam A Arte e a Cultura da Diáspora Africana no XV Encontro Internacional de Capoeira Angola da FICA - "Tradição, Herança e Herdeiros"♫
Sobre a Fundação Internacional de Capoeira Angola - FICA-BH
Criada em 1995, pelos mestres Jurandir, Cobra Mansa e Valmir, a Fundação Internacional de Capoeira Angola (FICA) realiza um trabalho de preservação, valorização e difusão da capoeira angola pelo mundo, unindo ações sociais e culturais para promover cidadania e desenvolvimento humano. No Brasil, as suas sedes principais concentram-se nas capitais de Belo Horizonte (MG), Salvador (BA) e Rio de Janeiro (RJ). A FICA também está presente em dez cidades dos EUA, no México, Costa Rica, Suécia, Alemanha, Dinamarca, Japão, Rússia e Moçambique. Em Belo Horizonte, a FICA-BH funciona sob a coordenação do Mestre Jurandir e realiza trabalhos com públicos de diversas idades, além de atividades sócio-educativas com crianças e adolescentes.
PRINCIPAIS ATIVIDADES DO EVENTO:
(30/07)No primeiro dia do evento haverá a Abertura Solene com o Embaixador do Senegal no Brasil, Mestre Jurandir e demais Autoridades.(31/07)O Segundo dia Contará com Oficinas Simultâneas de Capoeira Angola; Palestra: O movimento Negro No Brasil com Marcos Cardoso; Roda de Capoeira; Mostra de Vídeo.
(01/08) No terceiro dia Acontecerão Oficinas Simultâneas de Capoeira Angola; Palestra “Herança na cultura Yorubá” - Michael Olusegun Akinruli; Roda de Capoeira Angola para crianças e adultos; Mostra de Vídeo.
(02/08) O Último dia será de: Oficinas simultâneas de Capoeira Angola; Palestra “Moçambique e Brasil: um olhar sobre o outro? – Integração cultural através da música.” - André Sampaio (FICA-RJ) Convidado: Isaac Mandlate (FICA-Moçambique); Oficina de Dança-Afro /Percussão (Jorge Alabê); Roda de Capoeira Angola e Festa de Encerramento.
LOCAL: A abertura será no Centro Cultural da UFMG (neste 30/07) e o restante do evento será no Espaço Veredas, em Venda Nova (vejam os endereços no blog da FICA, na parte da Programação). A Sede da FICA-BH é na Rua Itatiaia, 86, bairro Bonfim (Em frente à Rádio Itatiaia).
CONTATOS / Contacts: 9864 7318/ 8818 3596(Mestre Jurandir)9931-2486(Treinel Thiago).
Email: ficabh@gmail.com /quilombofica@yahoo.com/
Maiores Informaçõeshttp://www.ficabh.blogspot.com/
domingo, 26 de julho de 2009
♫1º Mês Do *BLOG AFRO-CORPOREIDADE* Agradecimentos aos Amigos, Seguidores, Fãs, Usuários♫
♫À Todos Que Deram Forças, Sugestões, Toques E Acessos Em Geral Muito Obrigada!!! Espero Continuar Esta Proposta Contando Com A Essencial Presença De Vocês! Para Comemorar No Jeito Afro-Brasileiro De Ser Deixo Um Samba Repleto de Axé Para Ouvir e Dançar No Estilo Gafieira Carioca. Um Lugar Que Conheço de Perto♫
O Meu Lugar (Composição:Arlindo Cruz e Mauro Diniz)
O meu lugar
sábado, 25 de julho de 2009
*CAMPEONATO AFRICANO DAS NAÇÕES (CAN) ANGOLA 2010, FUTEBOL COM DIREITO AO MELHOR DA MÚSICA AFRICANA*
Nos anos seguintes o CAN ainda não tinha uma definição quanto a periodicidade das disputas que aconteceram com variações de tempo entre 1, 2 e 3 anos. Só em 1968, na 6ª edição, ocorrida na Etiópia é que o campeonato teve sua periodicidade marcada a cada dois anos. No cômputo total dos títulos o Egito tem a hegemonia com 6 campeonatos vencidos, seguindo-se com 4 taças para Ghana, 3 para Camarões, 2 para Nigéria e um para os seguintes países: Etiópia, Marrocos, África do Sul, República Democrática do Congo, Congo Brazzaville, Costa do Marfim, Argélia, Sudão, Zaire e Tunísia.
Nesta 27ª edição do CAN que ocorrerá em 2010, Angola será a anfitriã. Há 20 países disputando 16 vagas. Os países luso-africanos tiveram pouca participação nestes eventos do futebol africano, certamente pelas graves complicações política ocorridas como as lutas de libertação e as guerra civis que se findaram recentemente como é o caso de Angola. Por tanto, Angola está de Parabéns mostrando sua energia renovadora sediando um evento da dimensão do Campeonato Africano das Nações (CAN)!!!
*Mascote do CAN ANGOLA 2010*
Fontes:
http://www.can-angola2010.com/
http://jornaldeangola.sapo.ao/
quarta-feira, 22 de julho de 2009
♫Danças Brasileiras De Matriz Africana: Quem Dança Seus Males Espanta! ♫
Num universo de centenas de danças originárias da cultura africana no Brasil, escolhi algumas para este palco iluminado de palavras dançantes. As danças africanas no Brasil começam a ser contadas e dançadas pelos batuques, um termo comumente aplicado pelos portugueses aos ritmos e danças dos africanos, que por extensão, designam certas danças afro-brasileiras e era também denominação genérica para os cultos afro-religiosos. Segundo Lopes (2006) “do batuque dos povos bantos de Angola e do Congo originaram-se os principais ritmos e danças do Brasil e das Américas, como o Samba e o Jongo".
Para vivenciar as danças afro-brasileiras há que se expor a proximidade dos corpos no embalo dos ritmos sincopados, ao aumento da pulsação e da sensação de prazer no movimento e na troca íntima com o par, além de desvendar uma pungência alegre e contagiante. Com a licença poética do compositor Djavan... “Dançar é mover o dom do fundo de uma paixão, seduzir as pedras, catedrais, coração...”.
O acompanhamento musical já era mesclado de percussões com as cordas (banjo, cavaquinho, rabeca) e instrumento de sopro como o clarinete. O Lundu foi uma das primeiras danças brasileiras de pares enlaçados, pois, até então se dançava umbigada que é dança de pares soltos. No século XIX quando o Lundu tornou-se conhecido, os ritmos ainda não estavam muito bem definidos, desta forma, há alguns questionamentos sobre as semelhanças e diferenças entre o fado, que tendo nascido em terras brasileiras foi se desenvolver em terras lusitanas, e o lundu brasileiro que fez sucesso em Portugal. Tinhorão (1975) cita que há autores afirmando que o fado seria o segundo nome do lundu.
A maioria das danças tem seus estilos associados a um gênero musical específico, todavia, com a dança do Maxixe isto não aconteceu. O Maxixe foi o primeiro tipo de dança de salão urbana surgida no Brasil. Era dançado em locais que não atendiam a moral e aos bons costumes da época, como em forrós, gafieiras da Cidade Nova e nos cabarés da Lapa, no Rio de Janeiro, por volta de 1875. Entre os ritmos que embalavam o Maxixe estão o tango, a habanera, a polca ou o lundu.
O provocante Maxixe era dançado com os pares enlaçados pelas pernas e braços, apoiando-se pela testa. Essa maneira de dançar lhe valeu o título de “a dança excomungada”. Foi perseguida pela polícia, igreja, chefes de família e educadores. Para que pudessem ser tocadas em casa de família, as partituras de maxixe traziam o nome inadequado de "Tango Brasileiro". Só no final do século XIX, o maxixe foi considerado um gênero musical, quando o espírito nacionalista brasileiro aflorado clamava por um aspecto cultural que nos identificasse como tal. Assim, as casas editoriais imprimiram às músicas com esta classificação a seguinte frase: "a primeira dança genuinamente brasileira".
Para vivenciar as danças afro-brasileiras há que se expor a proximidade dos corpos no embalo dos ritmos sincopados, ao aumento da pulsação e da sensação de prazer no movimento e na troca íntima com o par, além de desvendar uma pungência alegre e contagiante. Com a licença poética do compositor Djavan... “Dançar é mover o dom do fundo de uma paixão, seduzir as pedras, catedrais, coração...”.
LOPES, Nei. Dicionário escolar afro-brasileiro. São Paulo: Selo Negro Edições, 2006.
SODRÉ, Muniz. Samba o dono do corpo. 2ª ed.- Rio de Janeiro: Mauad, 1998.
TINHORÃO, José Ramos. Música popular brasileira de Índios, Negros e Mestiços. Petrópolis: Vozes, 1975.
GRUPO CULTURAL JONGO DA SERRINHA. Jongo da Serrinha. Org. Marcos André – Prefeitura do Rio de Janeiro : Rio Arte, 2002.
SITES
http://www.amazonia.com.br/folclore/danca.asp -acesso em 20/12/2008
http://brasilfolclore.com.br (acesso em 15/12/2008)
terça-feira, 21 de julho de 2009
♫REDESCOBRINDO BRINQUEDOS CANTADOS NA AFRICANIDADE BRASILEIRA♫
Todos os povos têm suas brincadeiras pertinentes às necessidades expressivas de cada cultura. Como sonhar acordado, brincar é expor-se de dentro para fora. Segundo a Musicoterapia o som tem propriedades físicas que incidem sobre o corpo humano de forma objetiva e subjetiva, movendo o sujeito afetivamente, interferindo no seu desenvolvimento bio-psico-social. Vamos fazer uma breve leitura de alguns brinquedos do folclore brasileiro que perpassam as instâncias da arte de brincar , cantar, dançar e imaginar.
Os brinquedos cantados surgem na espontaneidade da cultura popular. Geralmente são cantigas anônimas acompanhadas de movimentos expressivos, saltitantes e ou dramatizados. Nestes brinquedos em geral, as crianças imitam o mundo do adulto vivenciando emoções, sensações e conflitos como veículos de elaboração e amadurecimento.
Dos três povos que inicialmente formaram a cultura brasileira, o português trouxe maior influência para os brinquedos cantados. A oralidade que caracteriza o processo de transmissão das brincadeiras e brinquedos cantados de certa forma transformou as cantigas e os modos de brincar, ocorrendo a mistura dos costumes africanos com os lusitanos, além das variações regionais de uma mesma brincadeira (CASCUDO,1988). No entanto, os ritmos e danças africanas deram um tempero mais brejeiro ao legado lúdico brasileiro.
Até o século XIX as brincadeiras das crianças eram muito limitadas pela rigidez patriarcal imposta ao comportamento infantil, e porque os infantes eram vistos como mini-adultos. Freyre (2005) conta que muitas crianças brancas eram criadas pelas escravas africanas juntamente com seus filhos negros, os quais eram mais habilidosos com a natureza, mais dados a traquinagens e a criatividade devido a sua condição servil.
Um outro aspecto característico das brincadeiras infantis no tempo colonial brasileiro, é que as crianças ao acompanharem seus pais no labor cotidiano da casa grande ou do eito, repetiam em suas brincadeiras estes afazeres e também o contexto de violência vivido na época. (Freyre, 2005)
Nos brinquedos cantados encontra-se o canto, a poesia, a dança, a brincadeira, o compartilhar, devido a simplicidade musical, riqueza simbólica e ludicidade peculiar; as vivências através destes elementos lúdicos, conquistam a criança como aquilo que é próprio do seu tempo.
Os termos brincar e jogar são referenciados como sinônimos por Cascudo (1988). Nos principais idiomas internacionais (Inglês, Francês, Alemão e espanhol), brincar e jogar também serve para definir atividades artísticas como a interpretação teatral ou musical (Santa Roza,1993). Na língua portuguesa o termo "brincar" vem do latim vinculum e significa laço, união. No entanto é o termo lúdico da nossa língua, também proveniente do latim "ludus", que melhor abrange e define as atividades artísticas, culturais, brincadeiras e jogos. (ibid.)
Passando para o lado prático, vamos brincar com quatro exemplos curiosos do cancioneiro infantil brasileiro. O primeiro se chama “Uma, duas angolinhas”, é um brinquedo cantado tipo parlenda em roda, com as crianças sentadas, e um solista ao meio dando beliscos nas mãos de cada colega enquanto cantam as quadrinhas:
Uma, duas angolinhas, Finca o pé na pampulhinha
O rapaz que faz o jogo, faz o jogo de capão
Capão sobre capão, Fica aí mane joão
Aquele que tirar a mão por último, Vai leva um be-lis-cão.
Além do beliscão refletindo a idéia da galinha d’angola beliscando as mãos de cada participante, a protagonista da música, uma ave, é um dos mais importantes mitos iorubanos sobre a origem da criação do mundo; conta Lopes (2004) que “a galinha d’angola ciscou sobre as águas iniciais uma porção de terra e a espalhou por todas as direções fazendo nascer terra firme”. Por este mito e outras razões ela também é considerada a primeira iaô e é o animal mais importante dentro da tradição dos orixás.
No divertido brinquedo cantado “O Saci Pererê”, as crianças em pé na roda, devem cantar e imitar as habilidades do saci mostradas na música:
O Saci Pererê, pula numa perna só,
Ele toca o tambor, toca como ele só.
O Saci Pererê, pula numa perna só,
Ele toca o pandeiro, toca como ele só. (...)
Esta brincadeira é aberta a improvisações na letra, onde se podem colocar quantos instrumentos quiser para o Saci tocar e consequentemente para as crianças imitarem. O Saci Pererê, elemento tradicional no nosso folclore, aproxima-se de várias figuras da mítica iorubana como: Exu (em suas traquinagens); Arôni (duende iorubano de uma perna só, ligado a Ossãim, e que vive nas matas); e ainda é referenciado a uma palavra do campo semântico da magia e do sortilégio em ioruba “Ásasí”, conforme assinalado em Lopes (2004 e 2006).
Outro brinquedo cantado de significado muito expressivo é o Tangolomango; as crianças brincam em roda também para contagem de números decrescentes, no qual um participante deve deixar a roda ao final de cada verso. Eis algumas quadras desta cantiga:
Eram dez irmãs numa casa, Uma delas foi tocar o fole,
Deu um Tangolomango nela, E das dez ficaram nove.
Eram nove irmãs numa casa, Uma delas foi fazer biscoito,
Deu um Tangolomango nela, E das nove ficaram oito.
Eram oito irmãs numa casa, Uma delas foi amolar canivete,
Deu um Tangolomango nela, E das oito ficaram sete. (...)
A simbologia contida nesta brincadeira onde a cada momento uma criança deixa de fazer parte do grupo acometida pelo Tangolomango, vai de encontro as diversas referências a esta palavra como “Uma doença atribuída a feitiçaria, bruxedo, azar, infelicidade, morte” (LOPES, 2004). Nota-se que este assunto é bastante difícil para o entendimento das crianças e carregado dediscriminação e preconceito racial, social entre outros.
Como é de praxe, vamos terminar em samba com uma brincadeira muito conhecida no sudeste brasileiro, onde as crianças finalizam a música sambando conjuntamente na roda - como fazem os adultos.
Samba Lelê ta doente, Tá com a cabeça quebrada,
Samba Lelê precisava, É de umas boas lambadas,
Samba, samba, samba ô Lelê, Samba, samba, samba ô Lalá. (bis)
Nosso velho conhecido samba não poderia ficar de fora das brincadeiras das crianças. Samba é um nome genérico para várias danças brasileiras e para a própria música; contudo, foi registrado em Angola o verbo samba querendo dizer “cabriolar, brincar, divertir-se”; é remetido também a palavra semba de origem Bantu significando o mesmo que umbigada. A propósito, “Lê” é o nome do menor dos três atabaques da orquestra ritual dos candomblés jeje-nagô (LOPES, 2004). As crianças se divertem aprendendo e ensinando a dança do samba umas às outras. Este parece ser o maior objetivo dos brinquedos cantados: transmitir a cultura pela oralidade e pela corporeidade, favorecendo a vivência, a elaboração e o desenvolvimento da criança.
Buscamos neste trabalho retomar um pouco o tema da africanidade permeada em nossa cultura desde a infância. Há centenas de outros exemplos, mas, precisaríamos de um espaço específico para mostrá-los.
Acredito que dar à criança a oportunidade de brincar, cantar e dançar é investir num caminho de busca da essência do ato, da mente, da voz e do pertencimento inventando o prazer de ser feliz! Para ambientar o final deste artigo, deixo alguns versos de uma música popular brasileira do compositor Gonzaguinha que é um exemplo de ciranda:
REDESCOBRIR
Como se fora brincadeira de roda (memória)
Jogo do trabalho na dança das mãos (macias)
O suor dos corpos na canção da vida (história)
O suor da vida no calor de irmãos (magia) (...).
Artigo Publicado nos seguintes veículos:
http://www.africaeafricanidades.com/
http://passeandopelocotidiano.blogspot.com
http://www.parthenon.esp.br/revistacienciaonline/
4º Congresso Carioca de Educação Física - FIEP (Federation Internationale D'Education Physique)
12º Congresso Internaiconal Fitness et Wellness - Santa Mônica - Pôster apresentado oralmente.
segunda-feira, 20 de julho de 2009
*FELIZ DIA DO AMIGO!!!*
sábado, 18 de julho de 2009
*Sinceros Agradecimentos à APEF-RIO e seu Presidente Profº Cayo Lames, pelo apoio ao meu trabalho e por ter sido citada como Profissional do Mês*
*Campanha Fotográfica - ÁFRICA EM NÓS*
O tema é a própria África, o continente mãe. Como perceber os sinais africanos? Quais os sinais perceptíveis em nossa cultura? Cada participante deve realizar sua foto mostrando como vê e sente esta África que existe perto de nós.
Visite o site da campanha http://www.africaemnos.com.br/ para ler o regulamento e participar. Fotógrafos amadores ou não podem mandar suas fotos até dia 15 de Setembro.
O curador responsável é o fotógrafo renomado Walter Firmo e a organização é pela Assessoria de Cultura para Gêneros e Etnias.
quinta-feira, 16 de julho de 2009
*7º FESTIVAL PANAFRICANO DE MÚSICA*
♫Mostra Permanente de Instrumentos Musicais ♫
quarta-feira, 15 de julho de 2009
*Workshop de TIMBILA com o Músico Matchume Zango no Maracatu Brasil*
O Workshop de Timbila (instrumento criado pelo povo Chope de Moçambique, considerado pela UNESCO como Patrimônio Cultural da Humanidade) aconteceu entre os dias 09 e 12/07/2009 no espaço do Maracatu Brasil, no Rio de Janeiro, com diversos instrumentos ao nosso dispor além das três Timbilas de tamanhos pequeno, médio e grande.
O músico e professor de percussão do TEAR, André Sampaio, foi o mediador do curso inclusive porque ele teve contatos anteriores com o músico Matchume Zango em Moçambique, e consequentemente já estava familiarizado com o instrumento Timbila.
Matchume Zango, músico e professor de Timbila, nos recebeu com simpatia e dedicou-se a transpor as barreiras dos costumes e concepções musicais que são diferentes em nossos países. Desta forma, começou o Workshop nos contando sobre a história da Timbila que se confunde com a história do seu povo, os Chopes. Segundo o moçambicano eles não sabem ao certo quando a Timbila foi criada, mas, sabem de sua importância social, política, educativa e cultural.
O visitante disse-nos que este instrumento é tocado no dia-a-dia das famílias e que desde pequeno as crianças têm contato com a Timbila. A Timbila serviu de alento ao povo Chope para aplacar os horrores das guerras sofridas; amenizou o pânico vivido por seus conterrâneos nas perigosas minas de extração de pedras preciosas na África do Sul; harmonizou os diversos eventos sociais das famílias Chopes, como as confraternizações entre eles e com outros povos vizinhos. Arrisco-me a afirmar que este instrumento teve e continua tendo um valor musicoterápico e místico para o povo Chope.
As diversas famílias produzem artesanalmente a Timbila, e o mais incrível é que a afinação desta é feita através das vozes dos artesãos construtores; por isso, cada família tem Timbilas com afinações próprias e no caso de se formar uma banda ou orquestra de Timbilas é importante que venham da mesma família produtora para que a afinação fique mais adequada.
A Timbila é composta em sua parte superior por teclas de madeira de uma árvore especial chamada Moendi; estas teclas são afinadas na escala tonal, mas, com diferenças de comas (subdivisões de uma nota musical) formando um instrumento não temperado (sem afinação fixa); as teclas são percutidas com duas baquetas lembrando o dinâmica do xilofone. Na parte inferior a Timbila é composta por Massalas (um tipo de cabaças que dá em árvores como o nosso coité) e tem tantas Massalas quanto seja o número de teclas do instrumento; os tamanhos das Massalas variam de acordo com o tamanho das teclas; elas fazem então a função de caixa de ressonância, com vibração das membranas que possuem nos orifícios de saída do som.
O som das Timbilas é forte e comporta o acompanhamento de vários outros instrumentos de percussão ao mesmo tempo, sendo ela em geral um instrumento de solo sonoro-ritmico. O workshop seguiu-se com o mestre passando algumas concepções rítmicas para que nós acompanhássemos as Timbilas. Nossos ouvidos acostumados aos sambas, maracatus, forrós etc, se confundiram um pouco com as constantes fusas e semifusas (células rítmicas que expressam andamento rápido) ditadas pelo músico Matchume; No entanto, nos encontrávamos sempre ao final de cada percurso musical.
O nosso workshop foi prestigiado com as presenças de músicos experientes e grandiosos como é o caso do srº Humberto do Jongo da Serrinha. Entre os demais alunos estavam outros músicos, professores e alunos de percussão, além de duas musicoterapeutas (eu e a colega Sinai).
Matchume Zango nos contou que cresceu ouvindo Jazz, Hip-Hop, Semba (fazendo uma ponte com o nosso samba), mas, a influência jazzística foi mais forte. No seu trabalho comumente ele une as concepções contemporânea à música tradicional do seu povo mediada pelo Jazz. Dito isso, passamos no último dia do curso à prática mais elementar preconizada pelo Jazz: o Improviso. O Timbileiro nos deu um tema e a cada volta deste tema um de nós improvisava junto com a Timbila que fazia a base. Além desta prática rítmico sonora ter sido muito prazerosa nos inovou musicalmente, pois, a maioria de nós não tinha se quer conhecimento da existência do instrumento Timbila.
Agradecemos ao músico André Sampaio e ao Maracatu Brasil por terem tornado possível este workshop. Ficamos infinitamente gratos ao músico moçambicano Matchume Zango por sua disponibilidade, cumplicidade musical e por seu carisma!
Quero finalizar ressaltando a energia do povo Chope e seu instrumento Timbila através de uma colocação feita pelo ilustre filho da terra que Moçambique nos enviou: “Antes de falar e andar o povo Chope canta, dança e toca Timbila” (Matchume Zango). Muito obrigada Matchume, Warethwa! (Vá em frente).
*MEMORÁVEL FESTLIP 2009*
Embondeiro Cenário da Peça "Nó Mama Frutos da Mesma Árvore"
♫Timbila -Instrumento Musical Criado Pelo Povo Chope -Moçambique
segunda-feira, 13 de julho de 2009
*Fechando o FESTLIP a Peça “Nó Mama Frutos da Mesma Árvore” (Grupo de Teatro do Oprimido – Guiné Bissau)*
O grupo GTO – Bissau iniciou sua participação fiel às propostas do Teatro do Oprimido fundada pelo brasileiro Augusto Boal no Brasil e na Guiné Bissau. No Teatro do Oprimido a dinâmica usual é sempre partir de um problema, o qual depende da intervenção da platéia para sua resolução do ponto de vista do oprimido.
A sonorização baseada nos cânticos originais deste povo ficou marcado pela voz estridente de uma personagem, bem como, pela polifonia do coro que cantou com afinação não temperada, com ritmos marcados e sincopados. O nome das duas famílias envolvidas na trama “Prela” e “Silá” coincidem com os nomes das notas musicais Ré, Lá (notas separadas por um intervalo grande de tons, no caso uma 5ª justa) e Si, Lá (notas próximas na sequência da escala tonal ou uma 2ª M); será que estes nomes e intervalos de notas foi pensado para expressar a possibilidade de afastamento e união das famílias por causa do problema a ser resolvido?
O fio do tecelão é o futuro, O pano tecido é o presente,
O pano tecido e dobrado é o passado”.
Criação/Concepção coletiva: Grupo de Teatro do Oprimido – GTO / Guiné Bissau – BissauDireção Artística: Barbara Santos Elenco: Claudina Joaquim da Silva Gomes, Edilta da Silva, Elsa Maria Ramos Gomes, José Carlos Lopes Correia, Silvano Bernardo Antônio dos Santos; Suleimane GadjicóDuração: 60 min. Concepção Plástica: Cachalote Mattos
Referências:
Lopes, Nei. Bantos, Malês e Identidade Negra. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.
http://historiadaguine.blogspot.com/ (acesso em 13/07/09)
quinta-feira, 9 de julho de 2009
*Workshop de Timbila e Percussão Moçambicana* Com Matchume Zango - Orquestra Timbila Muzimba*
A Timbila,instrumento declarado patrimônio cultural da humanidade pela UNESCO,é o nome genérico que se dá a um tipo de marimba da região de Zavala em Moçambique, tocado tradicionalmente pelo povo Chope. Os Workshops visam proporcionar aos participantes de todas as idades um contato muito próximo com a cultura popular moçambicana, aproveitando a presença no Brasil do músico Matchume Zango, membro fundador da Orquestra Timbila Muzimba,compositor musical e fabricante de instrumentos tradicionais e modernos. Local: Maracatu Brasil - Rua Ipiranga, 49 - Laranjeiras
Dia 09/07/09 Quinta-Feira às 20hs
Dia 12/07/09 Domingo às 16hs Investimento : 1 Dia R$ 30,00 / 2 Dias R$ 50,00
Informações: (21) 2557-4754 / (21) 9444-4773 (André)
email: http://br.mc301.mail.yahoo.com/mc/compose?to=coletivo.umojah@gmail.com
terça-feira, 7 de julho de 2009
*No FESTLIP a peça "MAR-ME-QUER" Texto de Mia Couto encenado pelo Grupo TIJAC: O Bem-Querer dos Segredos e dos Sagrados*
O cenário simples e inebriante nos fez viajar além mar encobrindo mistérios de vida e morte, ancestrais e viventes. As luzes pintaram o tom do mar, do céu, das nuvens, das aves, da fogueira, dos homens e da energia vivida. Tecidos, penas, sombras e flores invisíveis amarraram e desataram os nós do tear da trama. Os sons da natureza, dos animais, dos tambores e de outros instrumentos musicais tocaram na magia do ir e vir dos personagens e suas narrativas.
Entre as figuras dramáticas principais um griot contava as histórias das famílias e ligava-as do presente ao passado e vice-versa. Uma velha de nome Luarmina desfolhava a invisibilidade das flores parecendo virar páginas do tempo e do saber, escolhendo quiçá um amor intangível. E Zeca Perpétuo, também “o dono das preguiças”, vivia das lembranças que não queria lembrar, mas, que nunca eram esquecidas. Por fim, os antepassados entram em cena como misteriosos personagens que ligam a linha do tempo, o vento, as águas do mar, os homens e o sagrado.
Da acústica ouviu-se timbres, vozes, ecos, pulsações e destinos traçados pelo Ifá(oráculo africano). Pode-se dizer que a força das palavras africanas trouxeram a profundidade e a leveza, o segredo e a revelação, o visível e o invisível através dos atores. Assim, o autor desfiou a circularidade da cosmogonia africana(visão de mundo) que refazendo os caminhos iniciais, provocou benquerenças, encantamentos e desejos de bis! Warethwa (vá em frente)!
ao centro ao lado dos expectadores André e Denise Guerra*
*Sinopse do Espetáculo “Mar me quer” de Mia Couto*
A beira do Oceano Índico, Zeca Perpétua só tem olhos para a sua vizinha, a mulata Dona Luarmina que passa a maior parte do seu tempo arrancando folhas de uma flor invisível. As conversas cotidianas deles vão muitas vezes para caminhos estranhos. Pouco a pouco, vão confessar-se segredos pesados.“Chaminé que construísse em minha casa não seria para sair o fumo, mas para entrar o céu.”
Texto: Mia CoutoAdaptação e Direção: Mickael Fontaine
domingo, 5 de julho de 2009
*Notícias De Quem Está Adorando o FESTLIP*
Neste ano de 2009 o FESTLIP está homenageando o esplêndido autor Moçambicano Mia Couto, dono de uma vasta obra literária repleta de sonhos, fantasias, mistérios, questionamentos, leveza, beleza e ancestralidade! Ontem, 04/07/09 no SESC Tijuca, a peça ‘Psycho’ da Companhia de Teatro Solaris (Cabo Verde – Cidade de Mindelo), mostrou, através de duas atrizes e um cenário muito simples, toda a complexidade dos conflitos entre o homem (Eros e Psique) e a sociedade (Superego); as atrizes apresentaram uma movimentação muito criativa, ocupando os espaços e o cenário de diversas e inusitadas maneiras; dialogaram com suas neuroses inserindo o público em alguns momentos interativos de um texto intrigante! Parabéns às atrizes Lucilene Costa e Milanka Vera Cruz! Como se diz na linguagem popular do Teatro brasileiro desejando boa sorte aos atores: Merda para vocês! Valeu Cabo Verde!!!
*FESTLIP Show no Estrela da Lapa*
O FESTLIP está promovendo eventos paralelos às apresentações teatrais, e um destes foi a Festa Musical no Estrela da Lapa com apresentações de músicos brasileiros e internacionais dos países participantes do evento. Além da entrada franca e do lugar belíssimo que é o caso do Estrela da Lapa, a noite contou com os astros da música cabo-verdiana do Grupo Fidjus e de Mário Lúcio, da música angolana de Abel Duerê e do DJ Falcão, além da música brasileira contagiante do grupo Coco da Xambá.
Apesar da pouca convivência com a linguagem musical dos africanos, percebe-se que os ritmos, a execução musical, a interpretação e a interação com o público nos são familiar, portanto, além de ninguém ficar parado, a empatia através dos timbres, da síncope e da dinâmica musical é sobre natural, coisas da ancestralidade!
O Brasil representado pelo grupo Coco da Xambá (o qual pertence a uma comunidade terreiro de Pernambuco) abriu os shows da noite agitando o salão com as alegres danças do coco, lembrando Jackson do Pandeiro; não faltaram as emboladas e as danças do grupo em cima do palco, animavam ainda mais o público. O grupo Coco da Xambá reservou em suas homenagens uma música para Ogum, orixá guerreiro Deus protetor dos que trabalham com o ferro e com o couro, tudo haver com o grupo que é formado por inúmeros instrumentos musicais rítmicos de couro, além da pertinência de ser este um dos orixás mais cultuados no Rio de Janeiro através do sincretismo: Ogunhê meu pai! Por fim, o Coco da Xambá trouxe uma última música no estilo ritual evocando ‘Odé’, nome pelo qual são referidos Oxossi e todos os orixás caçadores como Logun-Edé. Neste clima de magia, saudação e energia, terminaram sua brilhante passagem pelo Rio de Janeiro. Axé Coco da Xambá! Obrigada pela gentileza de sairem do camarim para fotografarmos juntos! Voltem sempre!
quinta-feira, 2 de julho de 2009
♫Michael Jackson, o "Banzo" e o Mundo dos Astros♫
I'll Be There
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- *CASCUDO, Luís da Câmara. Dicionário do Folclore Brasileiro. 6ª edição. Belo Horizonte: Itatiaia, 1988.
- *COSTA, Clarice Moura. O Despertar para o outro: Musicoterapia. São Paulo: Summus Editorial, 1989.
- * FREGTMAN, Carlos Daniel. Corpo, Música e Terapia. São Paulo: Editora Cultrix Ltda,1989.
- *EVARISTO, Conceição. Ponciá Vicêncio. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2003.
- * FREYRE, Gilberto. Casa grande e Senzala. 50ª edição. São Paulo: Global Editora, 2005.
- *HOBSBAWN, Eric J. História Social do Jazz. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990.
- *LOPES, Nei. Bantos, Malês e Identidade Negra. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.
- *_________. Dicionário Escolar Afro-Brasileiro. São Paulo: Selo Negro, 2006.
- *_________. Enciclopédia Brasileira da Diáspora Africana. São Paulo: Selo Negro, 2004.
- *_________. O Negro no Rio de Janeiro e sua Tradição Musical: Partido Alto, Calango, Chula e outras Cantorias. Rio de Janeiro: Pallas, 1992.
- PEREIRA, José Maria Nunes. África um Novo Olhar. Rio de Janeiro: CEAP, 2006.
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- *ROCHA, Rosa M. de Carvalho. Almanaque Pedagógico Afro-Brasileiro: Uma proposta de intervenção pedagógica na superação do racismo no cotidiano escolar. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2006.
- *___________. Educação das Relações Étnico-Raciais: Pensando referenciais para a organização da prática pedagógica. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2007.
- *ROSA, Sônia. CAPOEIRA(série lembranças africanas). Rio de Janeiro: Pallas, 2004.
- *__________. JONGO(série lembranças africanas). Rio de Janeiro: Pallas, 2004.
- *___________. MARACATU(série lembranças africanas). Rio de Janeiro: Pallas, 2004.
- *SANTOS, Inaicyra Falcão. Corpo e Ancestralidade: Uma proposta pluricultural de dança-arte-educação. São Paulo: Terceira Margem, 2006.
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- TINHORÃO, José Ramos. Música Popular Brasileira de Índios, Negros e Mestiços.RJ: Vozes, 1975.
- _________ Os sons dos negros no Brasil. São Paulo: Art Editora, 1988.