Breyten Breytenbach, ao centro José
Eduardo Agualusa e Bob Geldof*
Com a Belíssima Direção de Arte e Cenografia de Bia Lessa, a noite de estréia do Back2Black estava rico em fotografias, informações, dados etnográficos e poesia com direito a flores no palco e nas cadeiras de onde o público assistiu a conferência e os shows. Instalações Adjacentes ao cenário principal complementaram a recepção montada com vagões de trens antigos prontos para uma Festa Blax e Uma Livraria com temas afros.
Os ilustres conferencistas abriram esta noite inicial do Back2Black com suas falas conscientes, emocionadas e questionadoras sob a mediação do escritor angolano José Eduardo Agualusa, que também é o curador do evento. Nossos preletores na conferência Breyten Breytenbach e Bob Geldof. que teve o tema “Construindo Utopias”, antes de qualquer coisa, discorreram sobre a grande complexidade do continente africano, com seus 54 países, mais de 2000 etnias, e um volume intenso de idiomas num mesmo país conforme o exemplo da Nigéria que congrega pelo menos 200 idiomas diferentes no mesmo território.Com tamanha diversidade por metro quadrado, os problemas obviamente são inúmeros e as disponibilidades para resolvê-los nem tanto assim.
Os conferencistas disseram ainda que por suas longas caminhadas discutindo com o mundo sobre os problemas africanos e as responsabilidades de todos na busca de soluções para o desenvolvimento do continente, observaram repetidos movimentos de explorações inescrupulosas, olhares para a África a partir dos estereótipos impregnados no senso comum, o desconhecimento sobre a cosmogonia africana (visão de mundo) e a contemporaneidade destes nossos irmãos.
Abriu-se para perguntas, mas, o tempo não foi suficiente para expor e responder a todas. O mediador José Eduardo Agualusa escolheu uma pergunta em especial e a fez a cada palestrante: “Se vocês estivessem diante do presidente do seu país, o que vocês diriam a este? A irreverência e a seriedade se fizeram representar nas respostas dos dois palestrantes, contudo, segundo o que pude concluir, perguntariam aos seus presidentes sobre as melhorias desejadas para cada país e dariam sugestões para o crescimento de suas nações e da África como um todo.
Os palestrantes em suas mensagens finais pediram a atenção do mundo para as particularidades de cada um dos 54 países africanos e para a contemporaneidade em África já que o continente, apesar dos achados arqueológicos, não é uma peça de antiquário, mas, é antes um continente que precisa de cuidados e respeito da humanidade. Após um breve intervalo passou-se à segunda parte do evento com os shows.
*Foto 2: Gilberto Gil com José Gil à
esquerda e Ben Gil à direita.*
Para iniciar os shows ninguém mais indicado que o músico e ex-ministro da cultura brasileira mister Gilberto Gil. O músico chegou acompanhado dos filhos José Gil (baixo e percussão) e Bem Gil (guitarra acústica e percussão). Veio com a leveza que lhe é peculiar cantando, tocando e alternando pequenas e imprescindíveis falas sobre a consciência negra, a valorização do negro, saudações às resistências culturais e sociais do negro, apoiando a diversidade e a liberdade de expressão. Gilberto Gil, depois de apresentar a prole que o acompanharia musicalmente anunciou que o repertório preparado para esta noite era deveras “Pigmentado, Melaninado ou Pronto pra Preto” brincando com um dos temas musicais que cantaria mais tarde. Pérolas como: A Mão da Limpeza, Andar com Fé, Tenho Sede, Expresso 2222, Refavela, O Escurinho, No Woman no Cry, Alapala (O Mito de Xangô) entre outras. Depois a irreverência corporal e a incrível sonoridade da voz de Angelique Kidjo terminando sua brilhante participação com pedidos de bis que ele atendeu prontamente para alegria geral da nação ou da estação.
Para iniciar os shows ninguém mais indicado que o músico e ex-ministro da cultura brasileira mister Gilberto Gil. O músico chegou acompanhado dos filhos José Gil (baixo e percussão) e Bem Gil (guitarra acústica e percussão). Veio com a leveza que lhe é peculiar cantando, tocando e alternando pequenas e imprescindíveis falas sobre a consciência negra, a valorização do negro, saudações às resistências culturais e sociais do negro, apoiando a diversidade e a liberdade de expressão. Gilberto Gil, depois de apresentar a prole que o acompanharia musicalmente anunciou que o repertório preparado para esta noite era deveras “Pigmentado, Melaninado ou Pronto pra Preto” brincando com um dos temas musicais que cantaria mais tarde. Pérolas como: A Mão da Limpeza, Andar com Fé, Tenho Sede, Expresso 2222, Refavela, O Escurinho, No Woman no Cry, Alapala (O Mito de Xangô) entre outras. Depois a irreverência corporal e a incrível sonoridade da voz de Angelique Kidjo terminando sua brilhante participação com pedidos de bis que ele atendeu prontamente para alegria geral da nação ou da estação.
*Foto 3:Youssou N'Dour com Angelique Kidjo*
No tão esperado segundo show subiu ao palco o Diamante Negro Senegalês Youssou N’Dour com toda sua energia, uma grande e iluminada banda com percussões, teclados, baixo, guitarra e um exímio e performático dançarino levantado o astral de todos que assistiam. Youssou N’Dour ainda recebeu Angelique Kidjo e ao final Marisa Monte cantando com a brasileira “Seven Seconds” brilhantemente.Este palco iluminado de estrelas, astros e axés de volta ao negro chegou ao ápice com todos os convidados cantando juntos “Blowing in the Wind! De Bob Dylan.
Diante de um evento de tanta beleza e valorização das questões africanas certas presenças imprescindíveis pareceram-me ausentes, que talvez pela ostentação dos ingressos, ou pouca difusão das informações, não puderam estar lá. Falo da presença da grande massa que move este país nomeados afro-descendentes ou negros de classe social mais humilde, cerne dos movimentos sociais, religiosos, culturais etc, de quem se falou e se vai falar também neste evento, contudo, mais uma vez faltou dar a vez e a voz à quem a tem por direito. É um fato para se pensar!
*Foto4:Da Esquerda para a Direita: Márcia, Teresa, Geny, Denise, Ana Lídia* *Foto5:Da Esquerda para a Direita: Ana Lídia, Denise, Geny, Márcia, Gora Fall*
2 comentários:
Oi, Denise! Eu fui e foi uma noite memorável.
Pena não ter te encontrado.
Te admiro muito.
Bjs.
Oi Dudú, obrigada pelo acesso ao blog! Pena não tê-lo visto certamente sua foto estaria aqui! Bjinhos!
Postar um comentário