♫AMIGOS DO AFRO CORPOREIDADE♫

segunda-feira, 18 de setembro de 2023

 Retornando às publicações no Blog com esta resenha sobre a obra de Nei Lopes e Luiz A. Simas:

RESENHA

FILOSOFIAS AFRICANAS: UMA INTRODUÇÃO

AFRICAN PHILOSOPHIES: ONE INTRODUCTION

FILOSOFÍAS AFRICANAS: UNA INTRODUCCIÓN

DENISE GUERRA[1]

 LOPES, Nei; SIMAS, Luiz Antonio. FILOSOFIAS AFRICANAS: UMA INTRODUÇÃO. 5ª Edição – Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2021.

 

FILOSOFIAS AFRICANAS: UMA INTRODUÇÃO

        Os autores cariocas, Nei Lopes e Luís Antonio Simas, são conhecidos por suas obras dedicadas à cultura afro-brasileira, nas quais descortinam poeticamente, com irreverência, musicalidade, leveza e conhecimento de causa nosso imaginário popular. A dupla traz a tona histórias fundadas no cotidiano das ruas, com personagens carregados de ginga, magia, jogo de cintura e boas doses de bravura. Nossa brasilidade, pautada na africanidade sem desmerecer a cultura ameríndia, perpassam as obras destes dois escritores, detentores do Prêmio Jabuti de 2016 com o livro “história social do samba”. Neste “Filosofias Africanas” há um convite para reafirmarmos o pensar, a filosofia, a história, as vozes, as tradições, os bens culturais e simbólicos, e a cosmogonia africana.

        O título “Filosofias Africanas” já aponta para a diversidade de povos e epistemologias africanas que serão anunciadas neste pequeno grande livro. A finalidade dos autores não é necessariamente de “afirmar a existência de uma filosofia africana” (p.15), mas assinalar a presença do saber tradicional africano, anterior ao colonialismo europeu, que fundamenta práticas e ações traduzidas para o Brasil e o continente americano como um todo.

        Observa-se neste livro de Lopes e Simas, um olhar atento nos moldes Kékeré[2], do prazer de cuidar do miúdo, apresentando os legados ancestrais, desde as histórias (orais ou escritas), sentidos, saberes, reexistências, escrevivências[3]. Desta forma, a obra nos traz informações sobre cientistas e estudiosos, antigos e contemporâneos africanos fincados no continente e ou na diáspora, descartando a ideia de uma África discípula da Europa. Tudo isso aliado a um tratamento didático dos autores nos anexos, nos blindando com uma coleção de provérbios de diferentes regiões do continente, um glossário e uma apresentação de pensadores africanos e afrodescendentes contemporâneos.

        Nos Mapas africanos desenhados na obra em questão há saberes importantes presentes antes da colonização europeia, entretanto os autores marcam no livro a terra de pertencimento africano também nos dias de hoje já que temos um continente dividido em cinco regiões, cinquenta e quatro países traçados na régua, com uma infinidade de línguas, costumes e notada diversidade de etnias. No que tange às diversas correntes étnicas, Lopes e Simas apontam a noção de ser e estar no universo sendo o fenômeno da Força Vital o entendimento que une os africanos como um todo, responsável pela vida, ligando-nos ao ser supremo, capaz de trazer felicidade e bem-estar, o qual é mais comumente denominado de àse[4].

        Lemos em Filosofias africanas a reafirmação do pensar, da filosofia, das tradições, dos bens culturais e simbólicos, evidenciando a essência da cosmogonia africana. Deparamos-nos também com a inevitável discussão sobre o preconceito racial enfrentado amiúde pelas pessoas negras, por suas ancestralidades africanas em diáspora ou não. O dito racismo, herdado de maneira global, é o mesmo que se presta a inferiorizar as características e a cultura em geral dos afrodescendentes, denunciando o eurocentrismo.

        A obra em questão evidencia que a cosmovisão africana apresentada, traz uma epistemologia da ancestralidade baseada na energia vital, uma ética fundante onde tudo e todos possuem o axé, força vital que é compartilhada e que os conecta independente das diferentes línguas e culturas existentes no continente africano. 

        O africano se relaciona com o universo, a natureza, os seres existentes e as coisas pelo encantamento da força vital, que constrói, reforça os elos, conecta e sustenta a coletividade. É esse amálgama que Antônio Olinto traduz em Lody ( 2007, p.12):

“Eis a arte religiosa africana. O africano não esculpe uma figura. Ele é a figura que esculpe. Não dança. Ele é a dança. Na identidade perfeita sujeito/objeto, o africano é a coisa que faz. Para ele, todos os objetos no mundo estão ligados entre si e estão ligados ao seu corpo e ao seu espírito.”

         Lopes e Simas, no capítulo dois seguem um rondó de circularidades quando versam sobre “O universo e a ilusão do tempo” (p.23), e explicam que o universo visível é apenas uma camada externa do universo invisível, o qual é força em movimento, onde tudo está interligado. A ancestralidade é o elo dinamizador entre passado, presente e futuro, que misturados dão à concepção africana uma noção de tempo não linear.

        O capítulo três foi dedicado à energia suprema, Força Vital, fenômeno responsável pelo valor soberano da existência de tudo que há no universo, visível ou invisível. O àse reside em cada um e na coletividade, nos objetos, nos alimentos, na natureza, nos rituais, “na sacralização do corpo pela dança, no diálogo dos corpos com o tambor” (SIMAS; RUFINO, 2018, p.33). O àse deve ser potencializado para que não se disperse, e essa ação se dá através do culto aos deuses.

         Segundo Lopes; Simas no capítulo 4, “Ser humano” é pertencer a uma comunidade, toda pessoa importa em vida e pós-morte já que a comunidade se faz importante pela herança e tradição ancestral que carrega. Os mortos vivem na comunidade ancestral e interagem por meio dos rituais, das preces, e das oferendas equilibrando o àse. Cultuar os ancestrais é cultuar as energias transmitidas biogenéticamente entre mortos e vivos, entre o Òrun[5] e o Àiyé[6].

          Em uma ética de cuidados mútuos, o ser humano banto Múntu é apresentado por Lopes e Simas com uma visão antropocêntrica equivalente ao conceito de Ubuntu descrito por Noguera (2011, p. 148):

“Ubuntu pode ser traduzido como “o que é comum a todas as pessoas”. A máxima zulu e xhosa, umuntu ngumuntu ngabantu (uma pessoa é uma pessoa através de outras pessoas) indica que um ser humano só se realiza quando humaniza outros seres humanos.”

         Conforme Lopes e Simas, além do corpo físico, a pessoa possui uma essência espiritual invisível que sobrevive à morte. O nome é personificado na natureza da pessoa que pode ser influenciado por fatores genéticos, socioambientais e até na própria hora do nascimento. Corpo, espírito, nome são laços indissolúveis entre o ser, sua comunidade e o universo. Nessa tríade corporal harmônica um movimento ou ginga comparece para dar o tom na dança que o africano faz em todos os momentos da vida: nascimento, casamento, colheita, funeral, e que é ponte também para reflexão e criação. E nesse mote é importante sobre o que Oliveira (2012, p. 38) assinala:

“Nos jogos de corpo preservamos nossos sistemas de pensamento; na arte do povo, mantivemos nossos segredos e os publicizamos; na estética negra fabricamos nossa potência filosófica e científica, ao mesmo tempo, com tensão, mas sem conflito entre elas.”

        Ainda sobre o corpo, no capítulo cinco “Verbo, palavra flutuante”, Lopes; Simas afirmam que a palavra falada na força da tradição oral tem um valor fundamental, e com seu caráter sagrado se transforma na grande escola da vida porta voz da ciência, da religiosidade, do divertimento. Não há cisão entre o mundo espiritual e o mundo material, a palavra marca a presença espiritual e a totalidade do ser.

        O verbo é também palavra atuante, força do ser em sua plenitude, sopro animado, que cria o que nomeia com função de preservar, destruir, recriar o mundo. A palavra tem o poder de animar, por em movimento, despertar forças. Faltar com a palavra ou mentir é o mesmo que matar o seu Eu, é se afastar da sociedade.

        No capítulo seis, Lopes; Simas discorrem sobre a apreensão de conhecimentos e a inteligência como algo que se vive na prática e deve estar a serviço da sorte e da alegria, através de experiências reais, e fazer o bem à humanidade. Os autores afirmam que o conhecimento herdado é o mais importante para a cultura africana posto que se encarna em todo ser. O saber escolar e ou o saber livresco deve ser voltado para algo útil e não soberbo. O objetivo maior da inteligência é estar a serviço da sorte e da alegria, afastando os perigos e alongando a vida da sua comunidade.

        Do amor pela sabedoria experimentado apenas pelos seres humanos, até o religar das práticas religiosas, o capítulo sete do livro em questão faz uma conversa sobre a filosofia enquanto busca do conhecimento, e religião que num contrassenso do pensamento colonizador afirma a impossibilidade cognitiva de quem demonstra temor e reverência ao sagrado. Os autores lembram que desqualificar as práticas simbólicas dos povos africanos nos séculos XVIII e XIX foi moeda corrente no projeto de poder do colonizador. Deixa estar que para os africanos não existe uma religião, mas sim a força vital todo santo dia e em qualquer lugar nomeando saberes e sabenças.

        O capítulo oito apresenta, em nome do subtítulo “Matrizes e Peculiaridades”, dois princípios africanos: Kemet, que alude ao nome do Egito antigo com toda grandeza dessa civilização, comparada pelos autores com a soberania da Grécia frente a Roma, e Maat (Deusa da justiça, verdade e boa conduta), enquanto princípio moral e ético orientador das condutas na vida cotidiana, que deve ser seguido por todos. Lopes e Simas nos levam a folhear o Livro dos Mortos como detentor da grande síntese do pensamento, de diversas escolas histórico e filosóficas do povo egípcio. E, por fim, denunciam a Desqualificação/ Negação do continente africano, enquanto berço da humanidade, mas que foi usado quanto à depreciação das crenças como mote para o branqueamento.

        No capítulo nove, pousamos o verbo das Filosofias Africanas através de vozes plurais, numa encruzilhada de conhecimentos e de encantamentos, começando pelos yorubás que se localizam em parte dos territórios de Benin, Togo e Nigéria, com provável origem ao redor do Nilo, portanto pertencentes aos antigos egípcios. O saber ancestral yorubano, a língua e o universo sagrado permeiam as relações simbólicas sobre a existência ditadas pelo oráculo Ifá, pai do conhecimento, um livro não escrito, que rege a intercomunicação dos discursos entre os diferentes domínios sagrados e profanos desses povos.

         Do mesmo modo, outros povos da costa ocidental foram citados e confrontados com suas cosmogonias, línguas e saberes aproximados: Akan, Congo-angolanos, Dogons, Bambaras, Diolas, Fangs, Mandinkas, Igbos, todos revestidos de uma força vital que atende por vários nomes, com tecidos de filosofia adinkra (para os congo-angolanos) e a visão dualista do universo pelos dogons, sem esquecer que do lado oriental temos os makondes de Moçambique, assentados na dualidade da vida com seus tambores onde o espírito se manifesta na arte, na dança, na performance das máscaras: “só existe a noção do bem porque o mal anda à espreita.”(p.104)

          À guisa de conclusão, a sabedoria das árvores vem “verdejar quando tudo acinzentar”. O baobá se anuncia como árvore sagrada da “permanência, da ancestralidade, e da continuidade da vida pela palavra” (p.106). Lopes e Simas encerram com a sabedoria dos provérbios, e na companhia de pensadores africanos como Achille Mbembe, Carlos Moore, Franz Fanon, Molefi Kete Asante, Muniz Sodré entre outros, na certeza de que “a dinâmica da vida comunitária, em conexão com a força vital” (p.106), atravessa e se mantém pela diáspora neste e em outros mundos.

          Em Filosofias Africanas os autores retratam uma filosofia do encantamento, e convidam o leitor a reconhecer o pensar africano desde suas Raízes até seus frutos pela diáspora. Que vocês possam ouvir o baobá e sentir todo o àse emanado.

“É preciso filosofar desde o corpo e reconhecer que o corpo é filosofia encarnada e cultura em movimento.” (OLIVEIRA, Eduardo, 2007).

 

Referências

BENISTE, José. Dicionário yorubá-Português. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2011.

DUARTE, Constância L.; NUNES, Isabella R. Escrevivência: a escrita de nós: reflexões sobre a obra de Conceição Evaristo. 1ªed. Rio de Janeiro: Mina Comunicação e Arte, 2020.

LODY, Raul (Org.). África: a arte do tempo. Coleção Antônio Olinto e Zora Seljan. Rio de Janeiro: SESC, 2007.

LOPES, Nei; SIMAS, Luiz Antonio. Filosofias Africanas: uma introdução. 5ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2021.

NOGUERA, Renato. Ubuntu como modo de Existir: Elementos gerais para uma ética afroperspectiva. In Revista da ABPN - v. 3, n. 6, nov. 2011 – fev. 2012 • p. 147-150

OLIVEIRA, Eduardo David de. Filosofia da ancestralidade como filosofia africana: Educação e cultura afro-brasileira. Revista Sul-Americana de Filosofia e Educação. Número 18: maio-out/2012, p. 28-47.

SIMAS, Luiz Antonio; RUFINO, Luiz. A ciência encantada das macumbas. Rio de Janeiro: Mórula, 2018.




[1] Doutoranda em Educação, PPGE UNESA, Especialista em cultura africana e afro-brasileira pela UCB, Professora de Educação Física nos municípios de Queimados e Nova Iguaçu - RJ. E-mail: denise.guerra@yahoo.com.br

[2] Kékeré, adj. Pequeno. (...) Ó fi ojú kékeré wò mí – Ele me olhou com prazer (lit. ele me olhou com olhos pequeninos), kéré – ser pequeno. BENISTE, 2011, p. 450.

[3] Escrevivência: Vocábulo criado pela Escritora, Professora, Doutora Conceição Evaristo, para utilizar inicialmente em sua literatura, que é marcada pela condição da mulher negra numa sociedade aviltada pelo racismo. A palavra Escrevivência designa uma dupla dimensão sendo a vida que se escreve na vivência de cada pessoa, assim como cada um escreve o mundo que enfrenta. DUARTE; NUNES, 2020.

[4] Àse, s. 1.Força, poder, o elemento que estrutura uma sociedade, lei, ordem. [...]. 2. Palavra usada para definir o respeito ao poder de Deus, pela crença de que é Ele que tudo permite e dá a devida aprovação. [...]. BENISTE, 2011, p. 128.

[5] Òrun, s. Céu, firmamento. = sánmò. Plano divino onde estão as diferentes formas de espíritos e divindades, divididos em setores assim relacionados: òrun àpáàdì – onde os erros das pessoas são impossíveis de reparar, similar ao inferno; òrun afééfé – local de correção dos espíritos desencarnados; òrun ìsálú – espaço para julgamento dos espíritos; òrun rere – lugar daqueles que foram bons em vida; òrun burúkú – local de permanência dos maus espíritos; òrun àlàfíà – local de paz e tranquilidade. (...). BENISTE, op. cit. P. 625.

[6] Áiyé, s. Mundo, planeta. Olórun kókóró sí ayé aláyò – Deus, a chave para um mundo feliz. Sùúrù oògùn ayé – A paciência é o remédio do mundo. Ibidem, p. 144.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

*Em destaque meu Trabalho sobre Capoeira e Futebol do Município de Queimados publicado na Revista do CONFEF de dezembro de 2012*

*As pesquisas que realizei com meus alunos de Queimados estão publicadas na Revista do Conselho Federal de Educação Física, matéria de capa, tema Com Um Toque de Criatividade: Na ginga da Capoeira e do Futebol, dezembro de 2012. A revista é on line e impressa acessem:
http://www.confef.org.br/extra/revistaef/show.asp?id=4056
*Entrevista e Aula de Capoeira com o Mestre Comprido na Vila Olímpica de Queimados. Aqui a professora Denise Guerra Jogando Capoeira como Mestre Comprido*
*Estes são os alunos que compareceram na realização da entrevista e aula de capoeira  na Vila Olímpica de Queimados*
*Entrevista dos alunos ao profº Monteiro, presidente do Queimados Futebol Clube, na sede do clube que completou 90 anos nesta cidade tão jovem que só tem 22anos. Agradecemos ao CONFEF pela entrevista e divulgação do trabalho da Educação Física de Queimados que está sendo muito valorizada com a gestão incentivadora que possui neste momento*

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

*Encontro Pedagógico: Cultura Afro-brasileira nas Escolas - Redescobrir, Vivenciar, Compartilhar*

*Ministrei Palestra e Oficina para a equipe docente da E.M. Washington Manoel de Souza da qual também  faço parte da equipe docente. 
*A colega Nacyr, coordenadora pedagógica do turno da tarde, gentilmente preparou umas cocadinhas moles para nós, um mimo de recordação deste momento de crescimento da equipe!*
*A implementação da lei 10.639/03 que já vai completar 10 anos, a implicação das diversas disciplinas do curriculum, o que cabe a cada uma das disciplinas no ensino da cultura afro? como buscar recursos, informações para melhorar nossa abordagem sobre a cultura afro nas nossas aulas? estes foram alguns dos questionamentos encaminhados durante a palestra com a equipe*
*Então, se é para estudar, aprender, compartilhar, movimentar, aqui estou eu...
*Nossa equipe sempre disponível! aqui da esquerda para direita professora Fátima Matos, Diretora Nira, Coordenadora pedagógica Marlies, Vice Diretora Marly Assis*
*Na dinâmica do tecido, tecemos nossa interatividade, nossa cultura corporal coletiva, fomentando nossa implicação neste curriculum e nesta cultura afro-brasileira que precisa ser valorizada, implementada, reconhecida!*
*A equipe na dinâmica do tecido: "Quem conhece o ontem e o hoje conhecerá o amanhã, porque o fio do tecelão é o futuro, o pano tecido é o presente, o pano tecido e dobrado é o passado." (provérbio Fulani).*
*Mais uma dinâmica, o "barangandão" mostrando a alegria da diversidade de cores convivendo e compartilhando do mesmo movimento*
*A diretora Nira agradecendo a professora Denise Guerra pela dedicação com que encaminha seus trabalhos na escola, seja com a equipe ou com os alunos! e eu agradeço imensamente a confiança no meu trabalho e as oportunidades que esta escola, nossos alunos e este município tem me dado! Axé*

terça-feira, 6 de novembro de 2012

*Entrevista ao Portal do Mec - Espaço do Professor sobre meu trabalho com Diversidade Étnica*

*Mais uma publicação sobre o meu trabalho com Diversidade Étnica no Portal do Mec...
*Confiram os detalhes abaixo! Aqui com meus alunos fazendo uma brincadeira africana chamada "Obwisana"*

Diversidade étnica brasileira motiva trabalho de professora fluminense
Professora da rede pública municipal de Queimados, no Rio de Janeiro, Denise Guerra dos Santos leciona educação física na Escola Municipal Professor Washington Manoel de Souza. Ela dá aulas para alunos dos oitavos e nonos anos do ensino fundamental. Sua experiência profissional inclui também dez anos de atuação como musicoterapeuta na educação especial.
Para ela, ser professora é estar comprometida com a busca de um presente construtivo que irá resultar em um futuro promissor e se encantar com as descobertas e o crescimento dos alunos. E ser professora de educação física é “levar um pouco de cada aluno dentro de si jogando os diversos jogos, ampliando os diversos corpos, interagindo com diversos mundos, sonhando juntos para um dia virar realidade”, avalia.
Formada em educação física e em musicoterapia, Denise tem pós-graduação em psicomotricidade e em cultura africana e afro-brasileira. “Sempre me interessei pelo viés da diversidade étnica tão impregnada na formação do país e do povo brasileiro”, ressalta. Adepta do trabalho com projetos, em 2012 Denise está focada na valorização do patrimônio imaterial por meio de pesquisas sobre a cultura corporal de Queimados, de modo a resgatar parte da história da capoeira e do futebol no município.
Segundo ela, as áreas de musicoterapia e educação física têm várias interseções e utilizam seus recursos práticos – músicas, danças, jogos etc – para interferir nas estruturas emocionais, psicomotoras e sociais de cada sujeito. Em suas aulas, Denise procura colaborar com a aprendizagem geral dos estudantes, bem como com a melhoria na autoestima, a inclusão e a não discriminação quanto ao gênero, etnia, condição física ou social de cada aluno. “Trabalho especialmente com vivências práticas e pesquisas, minhas e dos alunos, que busquem ressignificar a cultura corporal produzida na comunidade escolar, dando ênfase ao pertencimento através da expressão corporal, danças, jogos, esportes, brincadeiras, folclore, cultura afro-brasileira e indígena”, explica.
Além do blog da Escola Washington Manoel, a professora Denise assina outros dois blogs. O blog Afrocorporeidade é um espaço dedicado ao estudo, discussão, reflexão e publicação de temas relacionados à cultura corporal advinda das matrizes africanas; no blog Ecos da Cultura Popular, a ênfase está na cultura popular e indígena. Ela participa, desde 2008, da revista online África e Africanidades. Textos escritos por ela podem ser lidos na coluna Corpo: Som e Movimento. (Fátima Schenini)

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

*Entrevista ao Portal do MEC: Professoras do Rio de Janeiro tornam a aprendizagem mais significativa com saídas pedagógicas*

*O portal do MEC publicou uma entrevista sobre o meu trabalho e da professora Fátima Muniz sobre saídas pedagógicas...Aqui algumas fotos das atividades que realizei na nossa escola de Queimados...Nesta foto estamos na porta do Museu Histórico Nacional, fomos ver a exposição Hereros do Sérgio Guerra.
*Aqui no Centro Cultural do Banco do Brasil - Rio de Janeiro - exposição sobre a Rio + 20.
*Belmonte Futebol Clube, time de Queimados com 56 anos de história.
*Espaço Cultural Queimados Encena - filme "O palhaço".
*Espaço Cultural e Museu da Marinha do Brasil - RJ.
*Queimados Futebol Clube, time com 90 anos de existência*
*Entrevista sobre Capoeira seguida de aula com Mestre Comprido na Vila Olímpica de Queimados.

As saídas pedagógicas ocorrem habitualmente na Escola Municipal Professor Washington Manoel de Souza, no município fluminense de Queimados. “As visitas contribuem para tornar a aprendizagem mais estimulante e enriquecedora e também para a expansão das fronteiras entre o espaço escolar e o mundo externo”, ressalta Denise Guerra dos Santos, professora de educação física. “As saídas pedagógicas trazem riquezas de conhecimentos simultâneos, além do conteúdo proposto”, salienta Fátima Muniz, professora de história.
Em geral, as duas trabalham de forma interdisciplinar. Os passeios são imaginados individualmente, mas discutidos e realizados com apoio mútuo e, invariavelmente, com a participação de outros professores. “Sempre planejamos as saídas em conjunto“, diz Fátima, que leciona a turmas do sétimo ano do ensino fundamental. “Trocamos sugestões e a nossa participação é intensa.”
Segundo Denise, que dá aulas a turmas de oitavo e nono anos do ensino fundamental, os alunos têm, durante as visitas, a oportunidade de conhecer lugares interessantes e divertidos. Também entram em contato, de forma dinâmica e agradável, com o conteúdo pedagógico e com projetos das respectivas séries e das diversas disciplinas.
“As saídas também se propõem a estreitar os laços entre alunos de diferentes turmas, a escola, a família e a sociedade como um todo, favorecendo as relações de convivência e desenvolvendo a capacidade de trabalhar em grupo”, explica Denise, que está há oito anos no magistério.
Graduada em educação física e em musicoterapia, com pós-graduação em psicomotricidade e em cultura africana e afro-brasileira, ela acredita que os passeios desenvolvem, ainda, qualidades como empenho, organização, flexibilidade, tolerância, espírito esportivo, princípios éticos e de cidadania.
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/conteudoJornal.html?idConteudo=2466
Sigam o link e leiam a entrevista na íntegra...

sábado, 20 de outubro de 2012

*Seminário Mitos e Ritos da Cultura Popular*

Seminário promovido pelo capoeirista Feinho e Grupo Sopro de Gaia

*No espaço mágico das Faculdades Integradas de Jacarépaguá...Dançamos coco, jongo, samba de roda...
*Tocamos um pouco de capoeira e outras ritmos...
*Dançamos Cacuriá!
*Com uma pausa para uma Feijoada maravilhosa!
*Foi tudo de bom dançar, cantar, brincar com este grupo de novos amigos! 

♫ESCOLA DE MÚSICA PENTAGRAMA♫ Direção Mapinha * Músico-Professor♫

♫ESCOLA DE MÚSICA PENTAGRAMA♫ Direção Mapinha * Músico-Professor♫
♫VIOLÃO * CAVAQUINHO * GUITARRA * BAIXO * FLAUTA * SAXOFONE * TROMPETE * TROMBONE * CLARINETE * GAITA * PIANO * TECLADO * CANTO * BATERIA * PERCUSSÃO GERAL♫ RUA IGARATÁ, Nº566 - MARECHAL HERMES - Rio de Janeiro* TEL(S):3456-1510/8133-3559* www.empentagrama.kit.net

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*FRUTOS DA DIÁSPORA AFRICANA*






*ACESSE http://www.africaeafricanidades.com.br*

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*"Capoeira é de Todos e de Deus. Mundo e gentes têm mandinga, Corpo tem Poesia, Capoeira tem Axé"*

*"Capoeira é de Todos e de Deus. Mundo e gentes têm mandinga, Corpo tem Poesia, Capoeira tem Axé"*
*Frase do Livro "Feijoada no Paraíso" Besouro*

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♫SUGESTÕES BIBLIOGRÁFICAS♫

  • *CASCUDO, Luís da Câmara. Dicionário do Folclore Brasileiro. 6ª edição. Belo Horizonte: Itatiaia, 1988.
  • *COSTA, Clarice Moura. O Despertar para o outro: Musicoterapia. São Paulo: Summus Editorial, 1989.
  • * FREGTMAN, Carlos Daniel. Corpo, Música e Terapia. São Paulo: Editora Cultrix Ltda,1989.
  • *EVARISTO, Conceição. Ponciá Vicêncio. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2003.
  • * FREYRE, Gilberto. Casa grande e Senzala. 50ª edição. São Paulo: Global Editora, 2005.
  • *HOBSBAWN, Eric J. História Social do Jazz. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990.
  • *LOPES, Nei. Bantos, Malês e Identidade Negra. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.
  • *_________. Dicionário Escolar Afro-Brasileiro. São Paulo: Selo Negro, 2006.
  • *_________. Enciclopédia Brasileira da Diáspora Africana. São Paulo: Selo Negro, 2004.
  • *_________. O Negro no Rio de Janeiro e sua Tradição Musical: Partido Alto, Calango, Chula e outras Cantorias. Rio de Janeiro: Pallas, 1992.
  • PEREIRA, José Maria Nunes. África um Novo Olhar. Rio de Janeiro: CEAP, 2006.
  • *RAMOS, Arthur. O Folclore Negro do Brasil. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
  • *ROCHA, Rosa M. de Carvalho. Almanaque Pedagógico Afro-Brasileiro: Uma proposta de intervenção pedagógica na superação do racismo no cotidiano escolar. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2006.
  • *___________. Educação das Relações Étnico-Raciais: Pensando referenciais para a organização da prática pedagógica. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2007.
  • *ROSA, Sônia. CAPOEIRA(série lembranças africanas). Rio de Janeiro: Pallas, 2004.
  • *__________. JONGO(série lembranças africanas). Rio de Janeiro: Pallas, 2004.
  • *___________. MARACATU(série lembranças africanas). Rio de Janeiro: Pallas, 2004.
  • *SANTOS, Inaicyra Falcão. Corpo e Ancestralidade: Uma proposta pluricultural de dança-arte-educação. São Paulo: Terceira Margem, 2006.
  • *SODRÉ, Muniz. Samba o Dono do Corpo. Rio de Janeiro: Mauad, 1998.
  • TINHORÃO, José Ramos. Música Popular Brasileira de Índios, Negros e Mestiços.RJ: Vozes, 1975.
  • _________ Os sons dos negros no Brasil. São Paulo: Art Editora, 1988.