*Caros Leitores, Apresento-lhes o Projeto de Trabalho das Professoras Marta Aparecida Muniz Bento e Elane Barreto dos Santos, com o orgulho de fazer parte da equipe delas e de sermos cumplices e parceiras nos projetos de africanidade da E.M. Ary Schiavo no município de Japeri.
Projeto A PRODUÇÃO TEXTUAL A PARTIR DA CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE AFRICANA desenvolvido na Escola Municipal Ary Schiavo, Japeri – RJ, com alunos e alunas do 8º ano de escolaridade do Ensino Fundamental, nas disciplinas de Língua Portuguesa e História, pelas professoras Elane Barreto dos Santos e Marta Aparecida Muniz Bento.
Considerando o papel fundamental da leitura no processo ensino-aprendizagem, o presente projeto propõe-se ao desenvolvimento de uma prática pedagógica, cujo eixo norteador é a motivação para o ato de ler através de temáticas que façam o leitor-cidadão refletirem de forma crítica sobre seu papel no contexto histórico-social em que está inserido.
Entendemos também que para que esta temática, implique em mudanças de mentalidades e comportamentos muitas vezes enraizados em estereótipos, conservadorismo e preconceitos, seja de fato, introduzidos com seriedade e dignidade no espaço escolar, há a necessidade de um trabalho cuidadoso e cauteloso de leituras, debates, criação, e, por conseguinte, um compromisso político e social dos (as) alunos (as) que são de suma importância para a construção diária de um país com respeito às diferenças étnicas.
OBJETIVOS GERAIS:
- Viabilizar a leitura de textos que exponham as relações étnico-raciais.
- Conduzir, através da leitura, à reflexão das relações humanas construídas historicamente.
- Motivar a leitura de outras obras que sejam pertinentes ao assunto.
- Promover a construção da diversidade étnica na identidade do leitor (a) brasileiro (a).
- Instigar a percepção da estrutura da Língua Portuguesa através da escritura do próprio texto.
- Viabilizar a leitura de textos que exponham as relações étnico-raciais.
- Conduzir, através da leitura, à reflexão das relações humanas construídas historicamente.
- Motivar a leitura de outras obras que sejam pertinentes ao assunto.
- Promover a construção da diversidade étnica na identidade do leitor (a) brasileiro (a).
- Instigar a percepção da estrutura da Língua Portuguesa através da escritura do próprio texto.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS EM LÍNGUA PORTUGUESA:
- Apontar a(s) causa(s) e/ou consequência(s) de um fato ocorrido na narrativa.
- Identificar o foco narrativo.
- Perceber passagens descritivas na tessitura textual.
- Ampliar conhecimento relativo ao léxico e seu verbete através do uso de dicionários.
- Desenvolver habilidade nas relações de antonímia e sinonímia na construção do texto.
- Motivar a percepção de argumentos utilizados para sustentar a linha de raciocínio da narrativa.
- Observar a natureza dos elementos gramaticais responsáveis em estabelecer relações coesivas entre as partes do texto.
- Estabelecer elos informativos entre o texto escrito (texto verbal) e as imagens ilustrativas da obra (texto não-verbal).
- Apontar a(s) causa(s) e/ou consequência(s) de um fato ocorrido na narrativa.
- Identificar o foco narrativo.
- Perceber passagens descritivas na tessitura textual.
- Ampliar conhecimento relativo ao léxico e seu verbete através do uso de dicionários.
- Desenvolver habilidade nas relações de antonímia e sinonímia na construção do texto.
- Motivar a percepção de argumentos utilizados para sustentar a linha de raciocínio da narrativa.
- Observar a natureza dos elementos gramaticais responsáveis em estabelecer relações coesivas entre as partes do texto.
- Estabelecer elos informativos entre o texto escrito (texto verbal) e as imagens ilustrativas da obra (texto não-verbal).
*Profª Elane Barreto dos Santos Apresentando o Projeto na E.M. Ary Schiavo*
OBJETIVOS ESPECÍFICOS EM HISTÓRIA:
- Conhecer a História da África de ontem e de hoje, a história do Brasil contada na perspectiva do negro, com exemplos na política, na geografia, na economia, na cultura e na sociedade em geral;
- Demonstrar para os (as) alunos (as) os diversos grupos étnicos, conscientizando-os sobre a existência do racismo e de que forma devemos combatê-lo;
- Construir a história da diáspora africana e da cultura afro indígena brasileira, como decisivo para o enriquecimento da diversidade étnica no país e para a construção da identidade africana e indígena nos alunos e alunas, elevando a sua auto-estima;
- Conhecer a História da África de ontem e de hoje, a história do Brasil contada na perspectiva do negro, com exemplos na política, na geografia, na economia, na cultura e na sociedade em geral;
- Demonstrar para os (as) alunos (as) os diversos grupos étnicos, conscientizando-os sobre a existência do racismo e de que forma devemos combatê-lo;
- Construir a história da diáspora africana e da cultura afro indígena brasileira, como decisivo para o enriquecimento da diversidade étnica no país e para a construção da identidade africana e indígena nos alunos e alunas, elevando a sua auto-estima;
*Profª Marta Aparecida Muniz Bento na apresentação deste trabalho e Eu que fiz palestra sobre a Africanidade e a Interdisciplinaridade na E.M. Ary Schiavo.
METODOLOGIA:
A prática pedagógica fundamenta-se primeiramente na leitura motivada em sala de aula do livro Pretinha, eu?, de Júlio Emílio Braz, e na exposição de vídeos e slides, com temas voltados para a cultura africana. Em seguida, com acompanhamento de debates e produções discursivas de caráter opinativo e literário. Essa prática possui como base a construção coerente da cidadania, pautada no respeito às diferenças, que se reflete na capacidade de se tecer um texto escrito no qual possam ser observados itens gramaticais como concordância, acentuação, ortografia, uso de elementos coesivos vistos como ferramentas no manuseio da Língua Portuguesa.
A prática pedagógica fundamenta-se primeiramente na leitura motivada em sala de aula do livro Pretinha, eu?, de Júlio Emílio Braz, e na exposição de vídeos e slides, com temas voltados para a cultura africana. Em seguida, com acompanhamento de debates e produções discursivas de caráter opinativo e literário. Essa prática possui como base a construção coerente da cidadania, pautada no respeito às diferenças, que se reflete na capacidade de se tecer um texto escrito no qual possam ser observados itens gramaticais como concordância, acentuação, ortografia, uso de elementos coesivos vistos como ferramentas no manuseio da Língua Portuguesa.
TEXTO EXPOSITOR DO RELATO DE NOSSAS EXPERIÊNCIAS
A escola é o espaço que legitima o contato com a língua escrita; inicialmente, através das letras, sílabas, palavras, expressões; em seguida, por meio de frases, períodos, parágrafos que irão fundamentar a construção do conceito de texto, partindo-se do princípio da inteligibilidade e compreensão do que se quer comunicar.
A escola é o espaço que legitima o contato com a língua escrita; inicialmente, através das letras, sílabas, palavras, expressões; em seguida, por meio de frases, períodos, parágrafos que irão fundamentar a construção do conceito de texto, partindo-se do princípio da inteligibilidade e compreensão do que se quer comunicar.
Essa legitimidade se dá em função de uma necessidade criada pela própria sociedade para estabelecer as relações sociais. No entanto, o contato com a língua escrita, ainda que reticente, já ocorre fora do ambiente escolar; e como cada ser humano é ‘ímpar’, como afirmara Carlos Drummond de Andrade, significa que cada um carrega em sua memória imagens e registros responsáveis pela construção da sua identidade.
O termo linguagem é tão amplo que dá conta de qualquer processo de comunicação; assim, ao entrarmos na escola, nossos olhos nos procuram nos desenhos, nos textos, nas pessoas, nas suas atitudes e buscam relações de identificação, respeito e aceitação às diferenças.
No processo de construção do nosso país, fomos condicionados à organização do conhecimento direcionada única e exclusivamente por um olhar; porém, não aquele que deu significativa sustentabilidade à formação da cultura nacional. Enfim, surge a oportunidade, através das Leis 10.639 de 09 de janeiro de 2003 e 11.645 de 10 de março de 2008, de se mudar o foco narrativo para que a História possa ser contada por outras vozes.
No processo de construção do nosso país, fomos condicionados à organização do conhecimento direcionada única e exclusivamente por um olhar; porém, não aquele que deu significativa sustentabilidade à formação da cultura nacional. Enfim, surge a oportunidade, através das Leis 10.639 de 09 de janeiro de 2003 e 11.645 de 10 de março de 2008, de se mudar o foco narrativo para que a História possa ser contada por outras vozes.
A Lei nº 11.645 de 10 de março de 2008 altera a Lei nº 10.639 de 09 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura afro-brasileira e indígena”, que deve ser entendida como um passo importante a caminho de uma pedagogia e de uma didática que valorizem a diversidade étnico-racial e cultural presentes no Brasil. A África está deixando de ser um “país carente” para se tornar um continente cheio de contradições e belezas históricas. Na mesma medida, a escola deixa de ser o terreno da exclusão de crianças negras e indígenas para se tornar espaço de intervenção pedagógica de combate ao racismo e de promoção da igualdade racial.
O ensino de Língua Portuguesa vem assumindo novas nuances desde a reforma da Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional, pois sendo nossa língua materna, é o canal que conduz toda a informação pertencente a qualquer área do conhecimento. ‘Nossa pátria e nossa língua’, segundo Caetano Veloso; assim, é a ferramenta que nos impulsiona a perpetuar nossa herança cultural.
Em sala de aula, o professor do segundo segmento do Ensino Fundamental tem notado a grande dificuldade revelada pelos alunos em ler, interpretar e produzir seu próprio texto como expoente da sua reflexão. Essa trilogia ‘ler-interpretar-escrever’ precisa ser trabalhada assiduamente para que o processo ensino-aprendizado seja eficaz e instrumentalize o aluno no desenvolvimento de suas competências e habilidades.
Antes de iniciar o processo de leitura, é importante que o professor verifique o grupo com o qual irá trabalhar a fim de possa perceber o fio condutor que irá tecer toda essa construção do saber. O que pode despertar no aprendiz a curiosidade? Geralmente, temos interesse no que nos toca.
Diante dessa linha de raciocínio, surgiu a idéia de, através das letras, trabalharmos a construção da nossa identidade, discutirmos cidadania e darmos novo enfoque à presença e à importância da cultura negra na construção do nosso país. E, por meio da Literatura e da História, despertar no aluno o gosto pela leitura, a capacidade de ver-se como cidadão e desconstruir visões deturpadas de uma sociedade que, predominantemente, sustenta o racismo velado, mascarado.
Diante dessa linha de raciocínio, surgiu a idéia de, através das letras, trabalharmos a construção da nossa identidade, discutirmos cidadania e darmos novo enfoque à presença e à importância da cultura negra na construção do nosso país. E, por meio da Literatura e da História, despertar no aluno o gosto pela leitura, a capacidade de ver-se como cidadão e desconstruir visões deturpadas de uma sociedade que, predominantemente, sustenta o racismo velado, mascarado.
Através de um trabalho interdisciplinar realizado no município de Japeri, os professores envolvidos perceberam que o caminho apresentado nesse texto tem fundamento. Iniciou-se, assim, uma atividade de leitura do livro Pretinha, eu?, de Júlio Emílio Braz, que motivou debates e aulas interativas envolvendo as disciplinas de História e Língua Portuguesa; e, em seguida, notou-se que os alunos já possuíam condições para redigir textos sobre o assunto.
Motivados por uma iniciativa do Núcleo de Relações étnico-raciais da Secretaria Municipal de Educação de Japeri, os alunos e as alunas participaram de um concurso em que havia a possibilidade de escritura de várias modalidades textuais pautadas em um projeto desafiador. Dessa forma, obtivemos textos, tanto em verso quanto em prosa, que comprovam que existe um caminho possível, só nos resta acreditar.
O projeto Japeri mostra a sua cara negra refletiu na dinâmica da História e da Língua Portuguesa, a diáspora, a diversidade africana e étnico-racial presente no espaço escolar retratada pelos alunos (as) através de textos opinativos, poesias e músicas. Este “projeto continente” culminado na Escola Municipal Ary Schiavo não está pronto. Está sendo e poderá ser construído por cada um de nós, cotidianamente. Sua implantação impulsionará decisões assertivas, políticas públicas transformadoras. E, brevemente, nossos alunos e alunas, negros (as), brancos (as), indígenas e de outros grupos étnicos terão de consultar o dicionário para compreender o termo exclusão.
*Trabalho gentilmente enviado pela profª Marta Aparecida Muniz Bento, a quem agradeço a gentileza do compartilhamento.
3 comentários:
Bola pra frente que atrás...
Bj.
Como diz a minha amiga Marta: "A escola é um Quilombo" e nós continuamos na luta" Bjs querido!
Olá...Como é desenvolvida a dinâmica do Tecido com as equipes?
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