Pela primeira vez em 254 anos de história, um representante da Igreja Católica vai abençoar os participantes da Lavagem do Bonfim, que ocorre nesta quinta-feira, 15, em Salvador. Quem garante é o padre Edson, vigário da Paróquia de Nosso Senhor do Bonfim. Segundo ele, os fieis que chegarem ao adro da igreja serão abençoados e poderão ouvir algumas palavras “para alimentar a alma”.
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O pároco afirmou que a iniciativa foi tomada por uma questão de “sensibilidade pastoral”.“Eu acho que a ausência da Igreja deixava um vazio muito grande no fim da festa”, explicou o padre. Para ele, ainda, o cortejo “é bonito e merece respeito por receber tanta gente, pessoas de diversas expressões religiosas”. O Padre Edson, que aguardará a chegada dos fiéis em uma sacada sobre a porta principal da igreja, diz que sua origem influenciou na iniciativa.”Eu sou baiano e gosto muito do cortejo”, afirmou.
O culto ao Senhor do Bonfim teve origem em 1669, em Setúbal, Portugal. Ainda neste ano o culto chegou ao Brasil, junto com uma cruz de Jesus crucificado. Uma imagem igual à que existe em Portugal chegou à Bahia em 1745 e, em 1754, foi construída a atual Igreja (Basílica) de Nosso Senhor do Bonfim.
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Esta festa é considerada a mais importante das comemorações de largo de Salvador. Com data móvel, os festejos religiosos (a parte sacra da festa) consiste num novenário que se encerra no segundo domingo após o Dia de Reis.
Esta festa é considerada a mais importante das comemorações de largo de Salvador. Com data móvel, os festejos religiosos (a parte sacra da festa) consiste num novenário que se encerra no segundo domingo após o Dia de Reis.
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A festa realiza-se no Largo do Bonfim, bem em frente à igreja, no alto da Colina Sagrada, na última quinta-feira antes do final do novenário e é marcada pela lavagem da escadaria e do adro da igreja por baianas vestidas a caráter, trazendo na cabeça água de cheiro (muito disputada entre os fiéis) para lavar o chão da igreja e flores para enfeitar o altar.
A festa realiza-se no Largo do Bonfim, bem em frente à igreja, no alto da Colina Sagrada, na última quinta-feira antes do final do novenário e é marcada pela lavagem da escadaria e do adro da igreja por baianas vestidas a caráter, trazendo na cabeça água de cheiro (muito disputada entre os fiéis) para lavar o chão da igreja e flores para enfeitar o altar.
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Nos cultos afro-católicos, o Senhor do Bonfim é sincretizado com Oxalá, segundo Verger, "sem outra razão aparente senão a de ter ele, nesta cidade, um enorme prestígio e inspirar fervorosa devoção aos habitantes de todas as categorias sociais" (1997: 259). Ocorre também uma aproximação entre a festa católica e a dos cultos afro-brasileiros, as "Águas de Oxalá".
Nos cultos afro-católicos, o Senhor do Bonfim é sincretizado com Oxalá, segundo Verger, "sem outra razão aparente senão a de ter ele, nesta cidade, um enorme prestígio e inspirar fervorosa devoção aos habitantes de todas as categorias sociais" (1997: 259). Ocorre também uma aproximação entre a festa católica e a dos cultos afro-brasileiros, as "Águas de Oxalá".
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A festa da lavagem é atribuída à promessa de um devoto. Acredita-se que o ritual da lavagem teve origem nos tempos em que os escravos eram obrigados a levar água para lavar as escadarias da Basílica para a festa dos brancos, desde esta época um agradecimento do povo às graças concedidas pelo Senhor do Bonfim. Considera-se o ano de 1804 como o da primeira lavagem oficial.
A festa da lavagem é atribuída à promessa de um devoto. Acredita-se que o ritual da lavagem teve origem nos tempos em que os escravos eram obrigados a levar água para lavar as escadarias da Basílica para a festa dos brancos, desde esta época um agradecimento do povo às graças concedidas pelo Senhor do Bonfim. Considera-se o ano de 1804 como o da primeira lavagem oficial.
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O cortejo parte ainda pela manhã da Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia e vai até o Bonfim, arrastando multidões num percurso de aproximadamente 14 quilômetros. Uma presença certa nesta caminhada é a de autoridades civis e militares, artistas e personalidades da cidade de Salvador, da Bahia e do Brasil.
O cortejo parte ainda pela manhã da Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia e vai até o Bonfim, arrastando multidões num percurso de aproximadamente 14 quilômetros. Uma presença certa nesta caminhada é a de autoridades civis e militares, artistas e personalidades da cidade de Salvador, da Bahia e do Brasil.
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Até a década de 50 as baianas tinham acesso ao interior da Igreja, onde o chão era lavado "com energia e entusiasmo" (Verger, 1990: 11), até que as autoridades eclesiásticas limitaram a lavagem apenas ao adro da Igreja.
Até a década de 50 as baianas tinham acesso ao interior da Igreja, onde o chão era lavado "com energia e entusiasmo" (Verger, 1990: 11), até que as autoridades eclesiásticas limitaram a lavagem apenas ao adro da Igreja.
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Paralelo aos festejos religiosos, há ainda a festa "profana", marcada pela presença de barracas de comidas típicas e bebidas, desde o alto da Colina Sagrada. A partir de 1998 a parte carnavalesca da festa sofreu uma intervenção imposta pela Prefeitura Municipal e pela Arquidiocese de Salvador que, numa tentativa de defender as tradições históricas da festa, promoveram um afastamento dos trios elétricos e caminhões de blocos alternativos que acompanhavam o cortejo desde a Avenida Contorno, muitas vezes sequer chegando à metade do percurso e de uma certa forma desviando e desvirtuando o caráter religioso do dia, promovendo um mini-carnaval com direito a todos os excessos que lhe são peculiares.
Paralelo aos festejos religiosos, há ainda a festa "profana", marcada pela presença de barracas de comidas típicas e bebidas, desde o alto da Colina Sagrada. A partir de 1998 a parte carnavalesca da festa sofreu uma intervenção imposta pela Prefeitura Municipal e pela Arquidiocese de Salvador que, numa tentativa de defender as tradições históricas da festa, promoveram um afastamento dos trios elétricos e caminhões de blocos alternativos que acompanhavam o cortejo desde a Avenida Contorno, muitas vezes sequer chegando à metade do percurso e de uma certa forma desviando e desvirtuando o caráter religioso do dia, promovendo um mini-carnaval com direito a todos os excessos que lhe são peculiares.
*AS FITINHAS OUTRO SÍMBOLO DA FÉ*
A Fita original foi criada em 1809, tendo desaparecido no início da década de 1950. Conhecida como medida do Bonfim, o seu nome devia-se ao fato de que media exatos 47 centímetros de comprimento, a medida do braço direito da estátua de Jesus Cristo, Senhor do Bonfim, postada no altar-mor da igreja mais famosa da Bahia. A imagem foi esculpida em Setúbal, em Portugal, no século XVIII. A "medida" era confeccionada em seda, com o desenho e o nome do santo bordados à mão e o acabamento feito em tinta dourada ou prateada. Era usada no pescoço como um colar, no qual se penduravam medalhas e santinhos, funcionando como uma moeda de troca: ao pagar uma promessa, o fiel carregava uma foto ou uma pequena escultura de cera representando a parte do corpo curada com o auxílio do santo (ex-voto). Como lembrança, adquiria uma dessas fitas, simbolizando a própria igreja.
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Não se sabe quando a transição para a atual fita, de pulso, ocorreu, sendo fato que em meados da década de 1960 a nova fita já era comercializada nas ruas de Salvador, quando foi adotada pelos hippies baianos como parte de sua indumentária.
Não se sabe quando a transição para a atual fita, de pulso, ocorreu, sendo fato que em meados da década de 1960 a nova fita já era comercializada nas ruas de Salvador, quando foi adotada pelos hippies baianos como parte de sua indumentária.
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Cada cor tem um orixá responsável e uma função de acordo com o elemento que pertence aquele orixá. Assim Branco é de Oxalá, Azul de Yemanjá, Verde de Oxossi e Ossãin, Vermelho e Branco para Iansã e Ogum, Vermelho para Xangô, Vermelho e Preto para Exú, Amarelo para Oxum, Amarelo e Branco para Oxumaré embora este Orixá seja responsável pelo arco-íris. Há outros orixás e suas cores correspondentes, mas, aqui estão os mais cultuados.
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*Fonte:http://www.atarde.com.br/cidades
Um comentário:
A lavagem do Bonfim é uma das maiores expressões da cultura e religiosidade baiana.
Viva Oxalá!
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