Na história contada pelos europeus o carnaval é uma festa que se originou na Grécia em meados dos anos 600 a 520 a.C.. Através dessa festa os gregos realizavam seus cultos em agradecimento aos deuses pela fertilidade do solo e pela produção. Posteriormente, os gregos e romanos inseriram bebidas e práticas sexuais na festa, tornando-a intolerável aos olhos da Igreja. Com o passar do tempo, o carnaval passou a ser uma comemoração adotada pela Igreja Católica, o que ocorreu de fato em 590 d.C. Até então, o carnaval era uma festa condenada pela Igreja por suas realizações em canto e dança que aos olhos cristãos eram atos pecaminosos. A partir da adoção do carnaval por parte da Igreja, a festa passou a ser comemorada através de cultos oficiais, o que bania os “atos pecaminosos”. Tal modificação foi fortemente espantosa aos olhos do povo, já que fugia das reais origens da festa, como o festejo pela alegria e pelas conquistas. Em 1545, durante o Concílio de Trento, o carnaval voltou a ser uma festa popular. Em aproximadamente 1723, o carnaval chegou ao Brasil sob influência europeia. Ocorria através de desfiles de pessoas fantasiadas e mascaradas. Somente no século XIX que os blocos carnavalescos surgiram com carros decorados e pessoas fantasiadas da forma semelhante à de hoje.
No entanto, uma outra parte da história do carnaval tem muito mais haver com a festa celebrada no Brasil e nas Américas como um todo. Nosso escritor, pesquisado e sambista de carteirinha Nei Lopes, em sua Enciclopédia da Diáspora Africana (2004), nos conta que o carnaval é uma festa profana ligada ao calendário católico, mas, que encontra similares em várias culturas africanas como os festivais anuais realizados desde tempos remotos na África com um período de abstinência típico da quaresma. Certamente devido a essa similitude e o contingente africano que veio morar nas Américas, continua Nei Lopes, encontramos fundamentalmente a música e os alegres festejos afro-descendentes imperando no continente. Desde os Ranchos Carnavalescos, Escolas de Samba, Afoxés, Blocos-afros, Maracatus no Brasil, o Candombe no Uruguai, as Comparsas em Cuba e na Argentina, os Mardigras nas Antilhas e em New Orleans tudo faz lembrar os africanos. Há semelhanças entre o carnaval do Brasil e o carnaval da Martinica, das ilhas do Caribe e do Haiti entre outros países.
Podemos observar que além das celebrações o carnaval teve e tem um outro objetivo para os afro-descendentes a “Resistência negra e a manutenção e transmissão da cultura afro”. Os afro-descendentes através dos autos de coroação dos reis do Congo (Maracatu), mesclaram os costumes africanos e portugueses, muitas vezes zombando dos colonizadores. Os escravos passavam a ser ricos senhores ou o que mais desejassem através de suas fantasias e vivências no carnaval. Os blocos afro com temas religiosos como o Afoxé Filhos de Gandhi (desde 1948), o Ilê Aiyê (desde 1974) trazem o sagrado de matriz africana difundindo a religião dos jejê e nagôs. Certas fantasias são de praxe no carnaval e tem seus motivos históricos para tal, como as alas das bahianas numa escola de samba em referência as Tias bahianas que deram suporte para a criação do samba. As músicas dos carnavais das Américas têm como base os ritmos afros e seus tambores. As brincadeiras diversificadas são permeadas por molejos, malemolência, soltura e liberdade dos corpos. Sem dúvida nenhuma o show das escolas de samba inauguraram no século XX a maior e mais intensa expressão do carnaval mundial. Salve as festas de Momo, viva o Carnaval!
No entanto, uma outra parte da história do carnaval tem muito mais haver com a festa celebrada no Brasil e nas Américas como um todo. Nosso escritor, pesquisado e sambista de carteirinha Nei Lopes, em sua Enciclopédia da Diáspora Africana (2004), nos conta que o carnaval é uma festa profana ligada ao calendário católico, mas, que encontra similares em várias culturas africanas como os festivais anuais realizados desde tempos remotos na África com um período de abstinência típico da quaresma. Certamente devido a essa similitude e o contingente africano que veio morar nas Américas, continua Nei Lopes, encontramos fundamentalmente a música e os alegres festejos afro-descendentes imperando no continente. Desde os Ranchos Carnavalescos, Escolas de Samba, Afoxés, Blocos-afros, Maracatus no Brasil, o Candombe no Uruguai, as Comparsas em Cuba e na Argentina, os Mardigras nas Antilhas e em New Orleans tudo faz lembrar os africanos. Há semelhanças entre o carnaval do Brasil e o carnaval da Martinica, das ilhas do Caribe e do Haiti entre outros países.
Podemos observar que além das celebrações o carnaval teve e tem um outro objetivo para os afro-descendentes a “Resistência negra e a manutenção e transmissão da cultura afro”. Os afro-descendentes através dos autos de coroação dos reis do Congo (Maracatu), mesclaram os costumes africanos e portugueses, muitas vezes zombando dos colonizadores. Os escravos passavam a ser ricos senhores ou o que mais desejassem através de suas fantasias e vivências no carnaval. Os blocos afro com temas religiosos como o Afoxé Filhos de Gandhi (desde 1948), o Ilê Aiyê (desde 1974) trazem o sagrado de matriz africana difundindo a religião dos jejê e nagôs. Certas fantasias são de praxe no carnaval e tem seus motivos históricos para tal, como as alas das bahianas numa escola de samba em referência as Tias bahianas que deram suporte para a criação do samba. As músicas dos carnavais das Américas têm como base os ritmos afros e seus tambores. As brincadeiras diversificadas são permeadas por molejos, malemolência, soltura e liberdade dos corpos. Sem dúvida nenhuma o show das escolas de samba inauguraram no século XX a maior e mais intensa expressão do carnaval mundial. Salve as festas de Momo, viva o Carnaval!
Denise Guerra.
Fonte:
*LOPES, Nei. Enciclopédia Brasileira da Diáspora Africana. São Paulo: Selo Negro, 2004.
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