Provocante, a diretora propõe um diálogo, ora conivente, ora contrastante com a aridez do livro Cidade dos Sabios de Luis Antônio Baptista. Rio de Muane é uma adaptação müsico-teatral do texto de Baptista. Enquanto o escritor exuma as atrocidades do regime escravocrata, a dramaturga trilha pela leveza musical sem perder, no entanto, o foco nas mazelas sociais do Rio de Janeiro do século XIX. Ela não poupa o espectador da reconstituição da Cidade dos Tigres. (Muane era Tigre. E Tigres eram escravos que circulavam pelas ruas do Rio de Janeiro transportando excrementos humanos. Os tigres lançavam os dejetos ao mar). A versão de Zenícola encontra nos cânticos afros, no lundu e no samba soluções para caracterizar os vários períodos históricos pelos quais atravessa o espetáculo.
Ácida, agressiva e guerreira, Muane canta e dança nas rodas de lundu, samba e capoeira para minimizar um doloroso cotidiano. Por esta razão, as cenas de dança de capoeira e dos pregoreiros permitem que espectador respire enquanto repensa a história do Brasil. A ginga da Lapa está inteira na peça Rio de Muane.
*Direção: DENISE ZENÍCOLA*
**Elenco: profissionais de dança, teatro e capoeiristas*
*Cátia Costa (Muane e Mensageiro),
*Débora Camos (Antonia e Lumueno),
*Carolina Ferreira ( Isaura e mulher sentada),
*Wander Paulus (Tião e Negro Ioruba),
*Pedro Mota (Narrador e Oju-Obá),
*Viviane Santos ( Engrácia e menina que dança),
*Kaio Ventura (Capoeira)
*Participação Especial de Mestre Casquinha
*Classificação para 14 anos.
*APRESENTAÇÕES*
*CIA. DE TEATRO CONTEMPORÂNEO*
*Dias: 3, 4, 10, 11, 17, 18, 24 e 25 de outubro
*Rua Conde de Irajá, 253 em Botafogo - telefones: 2537-5204 *Sab às 21h e Dom às 20h
*Ingresso: 30 reais
*TEATRO DA UNI-RIO*
*Dia 23 de outubro - 19h *Av. Pasteur, 436 - tel.2295-2591
*Informações e imagens gentilmente cedidas pelo srº Mauro Viana – (JIMP Assessoria de Imprensa - 8648-4736)*
2 comentários:
Atividades é uma forma de mostrar a cultura e atingir os objetivos de divulgar realmente os costumes e a arte.
É legal sair dos esteriótipos dos discursos "politicamente corretos" que eu acho uma bosta e ativar a cabeça da galera com práticas.
Adoro isso.
Beijos Deusa.
Valeu Guará! A idéia é exatamente esta, atingir as pessoas com ações e práticas afirmativas sobre a arte e a beleza das nossas vidas e misturas vindas do povo africano que, por terem sido obrigados a estar aqui, transformaram a dor em amor e arte! Somos os privilegiados colhedores dos frutos de muito suor e lágrimas. Respondendo ao Poeta: "Mora, na filosofia, pra que rimar amor e dor..." pena que teve que ser assim, mas já que foi...Como dizem os Moçambicanos: Warethwa(em frente)! Bjs!
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