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*Foto http://www.flickr.com/photos/beija-flor/67659576/in/photostream/ Crianças realizando o Maculelê* |
♫AMIGOS DO AFRO CORPOREIDADE♫
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
*A LENDA DO MACULELÊ*
(O Maculelê é uma dança de bastões brasileira que tem provável origem Afro-indígena, pois, foi trazida das etnias africanas congo-angolanas(há sugestões de que tenham sido os cucumbis) para cá, sendo mesclada com alguns elementos da cultura dos índios brasileiros (supostamente os aimorés) que aqui já viviam. É comum no interior da Bahia e do Rio de Janeiro.
—Toda vez que os Griôts começam suas histórias eles pedem emprestadas as orelhas do ouvintes guardando-as no coração, e falam uma palavra mágica que significa... ERA UMA VEZ... como nós faremos agora. Vocês emprestam suas orelhas? Então vamos lá: KARINGANA UA KARINGANA...
—Um grupo de africanos da etnia cucumbis foram escravizados na África e trazidos para o Brasil para trabalharem nas fazendas brasileiras cultivando a cana-de-açúcar.
—Os povos cucumbis eram mestres na arte da dança guerreira com bastões. Eles sempre ensinaram aos seus filhos esta arte desde muito cedo.
—Numa das fazendas de cana-de-açúcar do interior da Bahia, um casal africano teve um filho ao qual deram o nome de MACULELÊ.
—Maculelê tinha uma doença na pele que o deixava triste, envergonhado e isolado.
—Um dia, quando Maculelê fez 7 anos de idade, ele resolveu fugir da fazenda e se esconder na floresta onde ninguém pudesse vê-lo. Seus pais e amigos procuram por ele, mas, não o encontraram.
— Depois de uma semana, os índios aymorés que moravam naquela floresta encontraram o Maculelê e ficaram preocupados com o problema do menino, pois, para os índios há duas coisa muito importantes no mundo:
— Em primeiro lugar Deus, que está em toda a natureza! Em segundo lugar as crianças, porque elas são os tesouros do mundo!
— Então, os índios convidaram Maculelê para ir morar na aldeia deles dizendo que o Pajé (curandeiro deles), poderia tentar cura-lo com suas plantas e ervas.
—Só que Maculelê não queria ser visto por ninguém e não aceitou ir para a aldeia no começo.
—Então, o cacique dos índios fez um trato com Maculelê: que ele iria para a aldeia de noite, direto para a oca do pajé, ficaria escondido lá, e ninguém entraria nesta oca, somente o pajé que iria cuidar dele, e assim ninguém mais o veria como ele queria.
— Maculelê aceitou a proposta, e viveu na oca do pajé por muitos anos.
— Num dia de sol, os guerreiros da aldeia saíram pra caçar e pescar e só as mulheres e as crianças ficaram. Daí vieram alguns índios de uma tribo rival para atacar a aldeia.
— Maculelê que já estava um rapaz, ouviu as mulheres e crianças gritando, e foi acudi-las. Ele pegou dois bambus que estavam na oca do pajé e saiu para guerrear com os batões nas mãos.
— Maculelê tinha aprendido a luta dos bastões com seus pais africanos. Ele lutou com os índios rivais que não conheciam aquela luta e venceu!
— Quando os índios aimorés voltaram da caçada souberam do acontecido e foram saudar e agradecer a valentia e a proeza de Maculelê.
— Só então Maculelê ficou sabendo que estava curado de sua doença de pele, e também agradeceu ao pajé.
— A tribo dos aimorés fizeram uma festa para celebrar a vitória e a vida. Eles também pediram ao Maculelê para ensinar aquela luta de bastões; daí então, juntaram os movimentos guerreiros dos africanos cucumbis com as danças indígenas brasileiras e a esta nova dança deram o nome de: MACULELÊ!!!
Postado por
Denise Guerra
às
quinta-feira, outubro 28, 2010
Marcadores:
CULTURA AFRO-INDÍGENA BRASILEIRA


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- *___________. MARACATU(série lembranças africanas). Rio de Janeiro: Pallas, 2004.
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- TINHORÃO, José Ramos. Música Popular Brasileira de Índios, Negros e Mestiços.RJ: Vozes, 1975.
- _________ Os sons dos negros no Brasil. São Paulo: Art Editora, 1988.
4 comentários:
"Sou eu, sou eu, sou eu maculelê, sou eu..."
Bjs.
Oi Guará, meus alunos vão dançar Maculelê, salve a cultura afro-brasileira! bjs!
"maculelê é o rei da valentia"... me lembrei dos meus tempos de capoeira e maculelê. Nunca fui muito bom, pois sou muito "duro", embora por mais de três anos eu tenha treinado com afinco... nome de batismo... "cuidadoso"... risos.
Saudades!
Oi Altamiro, estamos retomando nossa cultura de raiz e passando para as crianças para que não se percam o melhor da nossa cultura. Bjs!
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